Nunca, na história deste querido Brasil que muitos (inclusive este reles colunista de banheiro) chamam de República de Bananas, houveram tantas notícias para comemorar, para chorar e ranger os dentes. Cada dia que se inicia, quando milhões de internautas postam nas redes sociais mensagens desejando felizes dias, fins e inícios de semanas, meses, estações do ano e outras baboseiras mais, sempre invocando o poder Divino, ocorre na verdade uma saraivada de notícias mostrando as mazelas de uma Nação à deriva e de, aí sim, um povo “banana” que a habita. Em qualquer Nação civilizada do mundo conhecido, os acontecimentos do cotidiano brasileiro já teriam provocado cataclismos só comparáveis com a destruição de Sodoma e Gomorra, o soterramento de Pompéia, o Tsunami da Indonésia ou o Furacão Galveston de 1900 no Texas.
Mas não. O povo brasileiro convive diuturnamente com essas contradições, e reage assistindo novelas, futebol e carnaval. O País e seus pobres que se SPLOOODA, como dizia o Deputado Justo Veríssimo, personagem de Chico Anysio.
Comemora-se, por exemplo, neste país “mazelento”, a geração de alguns poucos milhares de empregos que, pela época em que ocorre serão neutralizados logo ali, no início de 2020, sendo que 44,4% deles estão na informalidade, sem carteira assinada e sem quaisquer direitos trabalhistas. Na verdade, são “bicos” que parte dos 12 e tantos por cento de desempregados aceita para, pelo menos, comer neste curto período.
A história se repete com riqueza de detalhes… Onde o povo prefere pousar seu clunis: numa privada, num banco de escola ou num estádio? Trata-se de uma carta do imperador Vespasiano a seu filho Tito. (Clunis são nádegas em latim.). Mas vamos ao que interessa: Um passeio pela história ao dia 22 de junho de 79 D.C. “Tito, meu filho, estou morrendo. Logo eu serei pó e tu, imperador. Espero que os deuses te ajudem nesta árdua tarefa, afastando as tempestades e os inimigos, acalmando os vulcões e os jornalistas. De minha parte, só o que posso fazer é dar-te um conselho: não pare a construção do Colosseum. Em menos de um ano ele ficará pronto, dando-te muitas alegrias e infinita memória. Alguns senadores o criticarão, dizendo que deveríamos investir em esgotos e escolas. Não dê ouvidos a esses poucos. Pensa: onde o povo prefere pousar seu clunis: numa privada, num banco de escola ou num estádio? Num estádio, é claro.
Comemora-se também o “tour” de palestras proferidas pelo Ministro da (in)Justiça, Sergio Moro, que apregoa a redução da criminalidade. Pudera! Desde que a polícia mata sem cometer crime, os criminosos a quem o Ministro se refere não tem mais clientela. Daí a redução.
Só para constar, a polícia, expeditamente, localizou e prendeu os autores e os mandantes do assassinato do advogado de Guaraciaba. Também, de forma expedita, localizou e prendeu o hackers que roubaram as mensagens das falcatruas judiciais do núcleo duro do poder federal. Esta mesma polícia e todo seu expedito aparato que investiga e prende infratores contrabandistas de vinhos e maconha, não consegue investigar nem prender autores de crimes políticos e assassinos de crianças indefesas vítimas de balas perdidas.
Até a próxima…
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