Não há ainda informação sobre a causa do impacto. A explosão aconteceu perto de um terminal na zona portuária e deixou ao menos 2,7 mil feridos de acordo com a contagem oficial
Uma explosão aconteceu na região portuária de Beirute, no
Líbano, nesta terça-feira (4). Imagens mostram uma grande coluna de fumaça
avermelhada sobre a área.
O governo libanês contabiliza ao menos 50 mortos após a
explosão. Em entrevista a uma rede de televisão, o ministro da Saúde do Líbano,
Hamad Hasan, disse que há cerca de 2,7 mil feridos.
O primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, disse em um
pronunciamento que o país enfrenta uma catástrofe e declarou luto oficial de um
dia. Ele disse também que o governo irá investigar os responsáveis pelo armazém
que funcionava no porto da capital desde 2014.
Ainda não é possível saber com exatidão a quantidade de
feridos ou qual seria a causa da explosão. Apesar de o país já ter sido alvo de
terroristas e viver período de instabilidade política, não há evidência ainda
de que se trate de um atentado terrorista.
A explosão no porto causou destruição em larga escala e
quebrou o vidro de janelas a quilômetros de distância. Alguns barcos que
navegavam próximos à costa do Líbano chegaram a ser balançados pela força da
explosão. As explosões chegaram a ser ouvidas em Larnaca, no Chipre, a pouco
mais de 200 km da costa libanesa.
O chefe de segurança interna do Líbano, Abbas Ibrahim, disse
em entrevista a uma rede de televisão que a explosão aconteceu em uma área que
armazena materiais altamente explosivos, como o nitrato de amônio, mas que não
são explosivos em si.
Segundo a Cruz Vermelha, barcos foram mobilizados para
resgatar pessoas que foram jogadas ao mar após a explosão. Também segundo a
organização humanitária, ainda há gente presa nos escombros e dentro de suas
casas.
A emissora libanesa LBCI informou que o hospital Hôtel-Dieu
de France, no centro da capital libanesa, atende a mais de 500 feridos. O
governo da capital pede que os feridos sejam levados para atendimento em
centros de saúde de fora da cidade.
Há operações para retirar as pessoas da região, de acordo
com agência oficial, a NNA.
Um fotógrafo da agência norte-americana Associated Press,
que trabalha perto do porto de Beirute, contou ver pessoas feridas no chão e
uma destruição generalizada no local.
Veredito de julgamento
O Líbano vive um período de instabilidade política. No fim
do ano passado, o primeiro-ministro Saad Al-Hariri renunciou. O país viveu um
período com um vácuo de poder, até que Hassan Diab assumiu e anunciou a
formação de um novo governo em janeiro.
Nesta sexta-feira (7), um tribunal apoiado pela ONU deve
divulgar seu veredito no julgamento contra quatro homens acusados de terem
participado do assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri em
2005, uma etapa fundamental em um longo processo no qual os suspeitos continuam
em liberdade.
Líbano está imerso numa catástrofe econômica
Os réus, todos membros do movimento xiita do Hezbollah,
estão sendo julgados à revelia pelo Tribunal Especial do Líbano (TSL), com sede
em Haia, encarregado de ditar a sentença 15 anos após o atentado com um
carro-bomba no centro de Beirute. Nele, morreram o bilionário sunita e outras
21 pessoas.
O assassinato de Hariri, pelo qual quatro generais libaneses
foram inicialmente acusados, desencadeou uma onda de protestos que forçou a
retirada das tropas sírias do país, após uma presença de 30 anos no país.
Em março deste ano, o país deu um calote em seus credores. O
Líbano deveria reembolsar US$ 1,2 bilhão em títulos do Tesouro, dos quais uma
parte significativa está nas mãos dos bancos e do Banco Central, e decidiu não
fazer isso.
Embarcação brasileira
A Fragata Liberdade, da Marinha do Brasil, está no mar do
Líbano, mas distante do local da explosão. A Marinha publicou uma nota na qual
informou que os militares estão bem e não há feridos. A embarcação não estava
na área do porto onde ocorreu a grande explosão.
“A Marinha do Brasil informa, com relação à explosão
ocorrida em Beirute, hoje, que todos os militares componentes da Força Tarefa
Marítima (UNIFIL) da MB estão bem e não há feridos. A Fragata Independência
encontra-se operando no mar, normalmente. O navio estava distante do local onde
ocorreu a explosão. Outras informações serão passadas tempestivamente.” –
Centro de Comunicação Social da Marinha
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