Home Investigado diz que vai 'passar perrengue grande' após bloqueio de R$ 11 milhões

Investigado diz que vai 'passar perrengue grande' após bloqueio de R$ 11 milhões

Presidente da Câmara de Vereadores de São João do Meriti (RJ) está preso e deve ser transferido para Santa Catarina

Última atualização: 2020/06/08 2:54:41

A força-tarefa que investiga a compra dos 200 respiradores da Veigamed por R$ 33 milhões ainda tenta entender a participação de Davi Perini Vermelho no esquema, mas já sabe que ele seria um dos beneficiados. O vereador pelo Democratas em São João do Meriti (RJ) e presidente da Câmara municipal está preso e deve ser transferido para Santa Catarina. O vereador, conhecido como Didê, teve conversas apreendidas pela força-tarefa que comprovam sua participação. Em mensagens trocadas com a companheira Luana, ele comenta o andamento das negociações e lamenta a ação da polícia. 

Em 3 de maio ele diz que “Nós pagamos 200 respirador problema está fila desde dia 27 de abril para embarcar”, se referindo aos respiradores comprados pelo Estado. “Está tudo pago […] E esperando o embarque”, acrescentou no mesmo dia. O fato dele utilizar a palavra “Nós” é um dos indícios que aponta para sua atuação em nome da Veigamed. Em outro trecho do mesmo dia, Didê diz à companheira que “empresas dele […] Eu que faço negócios e uso empresa”, diz. Com ele, Didê se refere a Pedro Nascimento Araújo, CEO da Veigamed.




A companheira pergunta “Você acha que vai dar ruim o negócio de Santa Catarina?”, em 3 de maio. Com a comprovação de Didê responde “Fica rico, fica podre […] Jesus”. O vínculo é comprovado em outro momento da mesma conversa. O vereador lamenta as ações da polícia. “prenderam ontem 11 milhões nosso kit”, diz, em referência aos valores bloqueados em uma empresa de Joinville. Segundo a força-tarefa, a Veigamed compraria testes para Covid-19 e revenderia, a fim de lavar o dinheiro. “Mas carga de São Paulo 2,5 milhões”, acrescenta, em referência a 15 mil testes para Covid-19 apreendidos. Os testes são fruto de roubo no Aeroporto de Guarulhos: o caso ainda está em investigação. 

Somando os R$ 11,1 milhões apreendidos em Santa Catarina, mais os R$ 2,5 milhões em testes, a Veigamed perdeu R$ 13,6 milhões. O fato de Didê reconhecer como perda sua é outro indício de que ele responde pela empresa. “Pica tá cu Pedro [Araújo] Coitado […] E de tabela no meu”, disse à ela em 2 de maio. “Quebrei até resolver passar perrengue grande”, complementou no dia 4. O pedido de prisão preventiva de Didê tem base em indícios de que ele apagou conversas no celular. Inclusive admitiu a destruição das provas na conversa com Luana. Ele é o único investigado com cargo público no momento, mas não possui foro especial, já que os crimes indiciados não foram cometidos com relação ao mandato. 

Foto: Reprodução
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