Uma oitiva de Moisés, pública, é um passo além nesse processo
Foto: Divulgação
O deputado estadual Ivan Naatz (PL), relator da CPI dos Respiradores na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), informou neste sábado (6) que pedirá que o governador Carlos Moisés (PSD) seja ouvido pela comissão. A decisão ocorre após a segunda fase da Operação O2, em que seis pessoas foram presas – inclusive o ex-chefe da Casa Civil, Douglas Borba, detido preventivamente.
Naatz disse que apresentará formalmente aos demais membros da CPI, na terça-feira (9), o pedido para que Moisés preste depoimento. O relator diz que o governador tem evitado tocar no assunto.
– Ele tem que explicar por que trocou o decreto de emergência pelo de calamidade, que permitiu essa compra, em cinco dias. Tudo nasceu do decreto de calamidade, que foi construído na Casa Civil – afirma o parlamentar.
O relator acredita que não haverá dificuldades em aprovar o pedido, já que há uma solicitação de oitiva do governador aprovada previamente pela CPI. Esse pedido foi apresentado no início dos trabalhos da Comissão, pelo deputado Valdir Cobalchini (MDB).
Desgaste
Se confirmado o depoimento de Moisés, ele terá direito a prerrogativas do cargo. Diferente de outras testemunhas, o governador não é convocado – pode escolher o local e a data para prestar depoimento.
A CPI tem mirado no desgaste do governo, que tem minoria na Alesc. Uma oitiva de Moisés, pública, é um passo além nesse processo. As investigações da força-tarefa formada pelo Ministério Público, Tribunal de Contas e Polícia Civil, até agora, não indicaram participação do governador – caso contrário, o inquérito seria remetido a instâncias superiores.
O Governo de Santa Catarina se manifestou por meio de nota neste sábado, após a deflagração da operação, em que afirma que “apoia e colabora com todas as investigações necessárias para apurar eventuais irregularidades no processo de compra dos respiradores”.
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