Objetivo é que quarentena seja mais branda em cidades pequenas, onde há menor risco de aglomeração
Os prefeitos de Santa Catarina querem que o governo do
Estado dê tratamento diferenciado para municípios com menor concentração
populacional nas regras de combate ao Coronavírus. O objetivo é que as regras
de isolamento social sejam mais brandas nos casos em que há menor risco de
aglomeração. A demanda foi levada ao Executivo pela Federação Catarinense de
Municípios (Fecam) e deverá ser estudada pelo grupo de trabalho responsável
pela abertura da quarentena.
“Nós colocamos a necessidade de se fazer um tratamento
diferenciado entre os pequenos municípios e os municípios com maior densidade
demográfica, ou seja, a população mais acumulada, em que pudesse haver
transmissão com mais facilidade”, disse a prefeita de São José e
representante da Fecam no grupo, Adeliana Dal Pont.
O argumento dos prefeitos é de que em uma população menor e
desconcentrada seria mais fácil tomar os cuidados sanitários para que o vírus
da Covid-19 não se espalhe de maneira preocupante. A regra, se acatada pelo
Executivo, abriria brecha para que o comércio funcionasse apenas nas pequenas
cidades, o que é considerado uma medida parcial de proteção da economia. Ainda
não há uma proposta oficial detalhando as possíveis regras.
“A maioria do nosso Estado é de municípios pequenos
que, com uma barreira sanitária e com um número de pessoas controlado, poderiam
funcionar muitos pequenos comércios, podia movimentar a economia com os
pequenos empreendedores. É diferente de se tratar isso com uma cidade com
densidade demográfica como São José, que tem 1,5 mil habitantes por km²”,
afirmou.
“Pedimos ao governo do Estado que pense diferente para
essas diferentes situações. Nós temos municípios que precisam passar uma
patrola e têm dificuldade. […] É claro que é possível em cidades de 2 mil, 3 mil,
5 mil habitantes fazer um controle muito maior”, acrescentou.
A regra mais branda para os pequenos municípios também é
avaliada como um acordo entre governador e prefeitos. Alguns mandatários têm
editado decretos liberando a atividade econômica, o que é inconstitucional. A
abertura de negociação com a Fecam é considerada um primeiro passo para o
acerto político entre Estado e municípios.
O grupo de trabalho voltado à abertura econômica deve
discutir o assunto nesta quinta-feira (2). A primeira medida tomada pelo órgão
foi a liberação da construção civil e o comércio ligado ao setor. O próximo
passo deve ser a autorização para profissionais liberais, autônomos, venda de
gado e pesca artesanal.
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