O jornalista Marcelo Pagliaccio morreu após passar mal no mar de Canasvieiras; ele foi socorrido, mas morreu na UPA Norte
“Como entender ou aceitar que isso aconteceu com você justamente nas suas férias dos sonhos em Florianópolis? Ver o amanhecer e entrar no mar tornou-se uma ideia fatal”, escreveram os colegas do jornalista argentino Marcelo Pagliaccio, de 32 anos, no editorial do jornal Olé, nesta quinta-feira (5). Juntos com Marcelo, eles escreviam diariamente sobre futebol argentino.
Após participar de uma festa na praia de Canasvieiras, Marcelo entrou no mar com um grupo de aproximadamente dez amigos, nesta quarta-feira (5). O dia ainda amanhecia.
Em um período de meia hora, Pagliaccio passou mal, foi retirado da água pelos amigos e levado pelos bombeiros à UPA norte. Marcelo não resistiu e morreu após uma parada cardiorrespiratória.
Causa da morte é incerta
Segundo o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Militar, Diogo Bahia Losso, a corporação ainda aguarda o laudo cadavérico do IML (Instituto Médico Legal) para compreender a causa da morte. Para Losso, ainda é cedo para atestar afogamento.
Isso porque, segundo o relato de testemunhas, o jornalista ficou pouco tempo no mar, sendo rapidamente retirado pelos amigos que o acompanhavam.
Os guarda-vidas começam a trabalhar às 7h30, uma hora depois de a turma de Marcelo entrar no mar, o que dificultou o atendimento. A vítima foi socorrida pelos guarda-vida e pelo Arcanjo quando já estava na areia. Ainda com vida foi levada à UPA Norte, mas não resistiu.
Somente o laudo cadavérico vai atestar se a parada cardiorrespiratória sofrida pelo jornalista foi causada após mal estar ou se Marcelo é a terceira vítima de afogamento na praia de Canasvieiras, somente nesta temporada.
Desde a obra de engordamento da faixa de areia, pelo menos três afogamentos foram registrados na praia que não tem histórico desse tipo de ocorrência. A sinalização da praia foi reforçada após alerta dos bombeiros.
Sepultamento
Conforme o site argentino 442 perfil, as irmãs do repórter devem vir até Florianópolis nesta quinta-feira (6) para os processos de repatriamento do corpo de Pagliaccio. O cônsul da Argentina Gustavo Coppa se disponibilizou para ajudar a família a resolver eventuais problemas burocráticos.
Olé lamenta a morte de Pagliaccio
O repórter acumulou uma trajetória de dez anos escrevendo sobre futebol no jornal argentino Olé, onde trabalhou desde os seus 22 anos. Essas férias marcavam uma década de atuação no jornal. O Olé publicou um editorial lamentando a morte do repórter. Confira na íntegra:
“Dor e mais dor. Porque ele era um ótimo garoto. Porque tinha muito a viver. Porque Paglia, como todos o chamamos, era isso: um ótimo garoto. Olé está de luto. Porque a morte de Marcelo Pagliaccio é besteira. Porque não queremos escrever mais sobre colegas que deveriam estar conosco e que não estão lá. Porque Paglia tinha apenas 32 anos.
Porque desde que ele chegou, há dez anos atrás, e se juntou ao movimento digital que acabou de começar em Olé, ele cresceu como jornalista com todos. Porque aquele fã do futebol italiano e da Fiorentina em particular, era um artilheiro poderoso e irônico.
Entre as discussões sobre como resolver um problema ou outro, de repente vem a ligação que ninguém está preparado para receber. E coloca-se o peitoral da negação, acreditando que não está confirmado, que não é ele, que não aconteceu com ele, que não pode ser. E a dor volta. O mesmo que sentimos quando o Topo López morreu quando estava cobrindo a Copa do Mundo de 2014.
Como entender ou aceitar que isso acontece com você justamente nas suas férias dos sonhos em Florianópolis? Ver o nascer do sol e entrar no mar tornou-se uma ideia fatal. Os dados médicos confirmarão se ele se afogou, se teve problema cardíaco e depois se afogou, mas o que importa? As manhãs de Olé não terão mais seu humor ou sua raiva, sua risada e sua raiva, sua predisposição constante.
Porque aquele garoto que geralmente vinha muito cedo de Derqui para a Constitución para trabalhar todos os dias nos deixou muito mais cedo do que deveria. A dor nos impede de escrever muito mais, porque lamentamos e queremos apenas chorar”.
deixe seu comentário