É comum ouvir a queixa, tanta a nível de consultório como a nível social, de que estamos sem tempo ou que este passa muito rápido, em nossas vidas. Todos fazemos tantas coisas no dia a dia que acabamos nem percebendo que vivemos numa espécie de piloto automático: acordamos, saímos para trabalhar, cuidamos de nossos filhos, pagamos nossas contas, cumprimos nossas obrigações laborais, familiares e sociais, e vamos deixando para segundo plano a relação conjugal. Investir tempo na vida a dois e/ou familiar é quase um ato revolucionário. Não é exatamente como se não desejássemos namorar, até porque muitas pessoas se esforçam para criar momentos a dois. O que geralmente acontece é que esses momentos são demasiadamente raros para que possam ser denominados de rituais do casal. E todas as relações precisam de rituais, aqueles momentos que são tão bons que escolhemos repeti-los inúmeras vezes e de forma espontânea.
Quase todos os casais possuem esses rituais, como: tomar chimarrão, fazer alguma atividade doméstica, preparar alguma alimentação… Etc. Isso é praticamente instintivo. Mas com o passar do tempo, vamos nos distraindo com tantas atividades extras que deixamos de prestar atenção no que o outro tem para dizer. Quando preferimos ver um episódio da nossa série preferida em vez de contrariarmos o cansaço e a preguiça e inventarmos tempo para namorar, quando inundamos a pessoa que escolhemos de críticas e obrigações e nos esquecemos de lhe perguntar, com genuína curiosidade — Como foi o teu dia? A distância emocional vai aumentando.
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