“O Beaujolais Nouveau chegou!”. Na França e no mundo, essa é a frase que mais esperada pelos amantes do vinho no mês de novembro. Aproximadamente dois meses depois da colheita francesa, que geralmente começa em setembro, chega ao mercado o primeiro vinho da safra, o Beaujolais Nouveau.
Em tempos de globalização, bares, restaurantes, cafés, bistrôs, confrarias de todos os lugares do planeta se fazem a mesma pergunta: onde está o Beaujolais Nouveau? É assim começa um dos maiores rituais do vinho no mundo inteiro. Oficializado para o mundo na década de 1980, sempre na terceira quinta-feira de novembro, a França se rende aos encantos do Beaujolais Nouveau e monta uma festa monumental que se espalhou por todos os países. Mas como tudo começou?
Por muito tempo, comerciantes de Beaujolais – uma região menos famosa dentro da Borgonha – cultivavam o costume de comercializar prematuramente algum vinho de suas safras para celebrar o fim da colheita, mas a data mínima para abrir a venda costumava ser 15 de dezembro, 3 meses após a colheita. No ano de 1951, já com o desenvolvimento das técnicas de vinicultura, os comerciantes decidiram comercializar seu vinho um mês antes, em novembro, e aí sim começou a tal festa. O negociante de vinhos Georges Duboeuf, percebendo o potencial do Beaujolais Nouveau – nem tanto por sua qualidade, mas por ser uma boa maneira de criar fluxo de caixa antes de a nova safra estar pronta –, teve a ideia de começar uma espécie de “corrida a Paris” para levar os vinhos Nouveau da nova safra o mais rápido possível.
Essa corrida de vinhos à Paris cumpriu seu objetivo chamando atenção da mídia da epóca e também dos consumidores, ávidos por avaliar as condições das uvas da nova safra. Assim, em 1985, de olho no potencial de consumo mundial, os produtores decidiram estabelecer a terceira quinta-feira do mês, para tirar vantagem comercial do fim de semana, e desde então é assim.
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