Dirce Geller adotou a filha ainda bebê, após 12 anos de casamento e a busca por uma gravidez que, sem explicação, não acontecia. Hoje, 28 anos depois, Dirce conta fatos dessa trajetória com a filha Michelli, que se prepara para ser mãe
Quando falamos em formar famílias, cada ser humano tem uma
forma ideal de formar a sua. Isso não significa que uma maneira seja correta ou
incorreta, mas sim, que temos o direito de sermos felizes de acordo com nossas
escolhas na realidade que formamos. Família é onde existe amor, carinho,
segurança e compreensão.
A Dirce Geller e seu companheiro, Marino Geller, escolheram
formar uma família por meio da adoção há 28 anos atrás, quando adotaram a
Michelli, ainda bebê. Conforme ela, desde o casamento, ter filhos era um desejo
muito grande. “Desde que eu e o Marino casamos, em 1978, pensávamos em ter
filhos, mesmo jovens o desejo de formar uma família com nossos filhos era muito grande. Os anos foram passando e mesmo com muitos exames médicos
onde não constava nada que impossibilitasse a gravidez, eu não engravidei. Mas a vontade de ter filhos era enorme,
a cada dia das mães eu lembrava e pensava como seria. Após 12 anos de casados
optamos pela adoção, recebemos muito apoio da família. Entramos na fila de
adoção e foi bem tranquilo e rápido, a Michelli apareceu na nossa vida”,
destaca a mãe.
Dirce explica que a chegada da Michelli foi emocionante. “Foi
bastante emocionante chegar em casa com nossa filha. Mudou tudo, de uma casa
quieta, paradinha, agora era um bebê para cuidar, noites diferentes de sono.
Muda tudo, mas vale a pena! É algo sem explicação, a gente sente no momento em
que o bebê se mexeu, não precisa nem chorar que já estamos lá para cuidar.
Mesmo que hoje as adoções sejam um pouco diferentes, quando se fala e se faz com
amor tudo vai se resolver de forma mais tranquila”, ressalta.
A mãe lembra um dos momentos mais marcantes da infância da
filha. “Aos cinco anos a Michelli fez um desenho na escola que me marcou muito,
desenhou eu grávida, com uma barriga enorme, e ela na minha barriga. Entendi
que ela quis dizer que ela é filha, da mesma forma que se fosse biológica, sem
diferença. Quando a gente adota é algo muito forte, acho que é coisa de Deus.
Porque aconteça o que acontecer você vai amar esse filho, não tem explicação, é
único e verdadeiro, a gente protege, cuida. A gente esquece que é adotiva,
sabe? Não precisa lembrar, porque ela é filha. A gente até protege mais, ama
mais, cuida mais, porque sabemos o quanto esperamos por isso”, argumenta.
Dirce deixa uma mensagem para as mães que estão aguardando
por um filho. “Eu digo para essas mães que estão aguardando para construir sua
família que tenham a certeza de que é ótimo, é muito bom. Passem por esse
processo tranquilas, seguras, porque nunca vão se arrepender. É indescritível!”,
destaca.
A filha, Michelli Geller, conta que sempre foi bem acolhida
por toda a família. “Eu nunca senti nenhuma diferença, sou muito grata por tudo
o que meus pais fizeram por mim. Nunca nos tratamos diferente, meus pais sempre
me apresentaram como “essa é a Michelli, minha filha”, nunca citaram a adoção.
Hoje mesmo uma mulher comentou comigo o seguinte: falaram que eu não poderia
engravidar, não que eu não poderia ser mãe. E eu concordo com essa frase, hoje
eu estou grávida, mas não é a barriga que fala isso, que vou ser mãe, que vou
formar família, é o meu coração. A gente ouve muito que pai e mãe é quem cria,
e isso é verdade. Hoje eu vivo uma fase muito gostosa com a minha mãe, pois eu
falo os sentimentos da gestação para ela, tiramos dúvidas, é muito bom. E
quanto as crianças que estão aguardando uma adoção, eu deixo a mensagem de que
não percam a esperança, eu acredito que foi Deus que me trouxe para cá, assim
como eu tive o meu momento de vir para o meu lugarzinho especial, elas também terão
o delas. E elas vão se adaptar aos jeitos, a fisionomia, a personalidade da
família”, finaliza a filha.
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