Defesa de Fábio Lunardi Farias protocolou documentos nesta segunda-feira (3) para tentar provar a inocência do ex-servidor na Operação Alcatraz
O ex-gerente de Gestão da Tecnologia de Informação da
Epagri, Fabio Lunardi Farias, está disposto a provar a inocência no suposto
esquema de fraudes que originou a Operação Alcatraz. Para isso, o ex-servidor
abriu os sigilos fiscal e telefônico, entregou equipamentos eletrônicos e
senhas de uso pessoal e está disposto a dar novos esclarecimentos à Polícia
Federal ser for chamado novamente.
Nesta segunda-feira, a advogada Julia Vergara, que defende o
ex-servidor, teve acesso a íntegra do processo e protocolou documentos reunidos
pelo ex-servidor, que está “profundamente abalado” com o envolvimento no
caso. “Ele era uma pecinha da engrenagem
sem saber que era uma pecinha da engrenagem dos negócios escusos praticados
pela presidência e pela DGov (Diretoria de Governança Eletrônica)”, afirmou
Vergara.
Entre os documentos estão e-mail trocados com Danilo
Pereira, titular da DGov, antecessor na gerência de TI da Epagri e responsável
por sua indicação para assumir o cargo na empresa pública. “Danilo foi o
primeiro chefe dele na Epagri. Foi uma indicação técnica. O Fábio sempre foi um
funcionário correto e célere”, relatou Vergara.
A advogada destaca que ao assumir o cargo, Farias recebeu a
garantia de que Pereira prestaria toda assistência necessária para a
função. “O Danilo é uma pessoa com
doutorado, com expertise na área e estava prestando todo o apoio”, contou
Vergara. O envolvimento de Farias no suposto esquema se deve basicamente a
realização de três pregões eletrônicos, cujo termo de referência foi elaborado
por Pereira, antes de Farias assumir o cargo.
O primeiro pregão eletrônico tratou da implantação do
sistema de videoconferência, composto de um servidor e 10 pontos. O segundo
pregão eletrônico tratou de ampliação do sistema com outros 12 pontos,
totalizando 22. Já o terceiro era para o suporte e garantia dos 22 pontos
instalados. “A gênese de todo o problema foi a primeira licitação. As outras
aconteceram devido a necessidade de compatibilidade do sistema, todos baseados
no termo de referência feito pelo Danilo”, explicou Vergara.
Ainda, segundo Vergara, o projeto do sistema de
videoconferência tramitou na Epagri desde 2014, ao custo de R$ 6 milhões,
enquanto Farias assumiu o cargo em 5 de maio de 2015. “Ele foi o inocente útil
da história que trabalhou para cumprir determinação do presidente (Luiz Ademir
Hessmann) e com assistência da DGov (Danilo Pereira)”, resumiu.
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