Para a maior parte das pessoas, uma relação de compromisso feliz é uma conjugação de segurança e de aventuras: de previsibilidade e de novidade, de proteção e de liberdade. Mas para alguns de nós a necessidade de segurança e de previsibilidade é maior que qualquer vontade de que haja mistério ou tempo a sós. Quanto maior for o caos em que crescemos, maior é a probabilidade de precisarmos de relações estáveis, em que nos sintamos permanentemente amparados, seguros. Mas quanto mais segura for a nossa relação com a família de origem, quanto maior for à liberdade com que crescemos, maior é a probabilidade de, quando adultos, precisarmos de algum mistério nas nossas relações amorosas.
Quando uma pessoa mais ansiosa se compromete com alguém seguro e com a tal necessidade de inovação, liberdade e tempo a sós, a ansiedade cresce. E às vezes cresce tanto que a pessoa que precisa de espaço chega a sentir-se asfixiada. Em alguns casos, a grande proximidade pode promover a diminuição do desejo pelo outro.
É muito importante, para a relação, que as nossas necessidades sejam expressas ao parceiro/a e, ao mesmo tempo, sejam reconhecidas. E que ambos tenham a capacidade e sabedoria para negociar essas diferenças, intrínsecas à vida a dois, permitindo que o casal se sinta feliz. Porque às vezes, fixamo-nos em determinados desejos nossos e esquecemo-nos de que há outras formas de preenchermos a mesma necessidade afetiva, de forma conjunta.
Permita-se dar e receber o ESPAÇO que cada um necessita, proporcione o TEMPO para resolver as diferenças. Permita-se VIVER a vida a dois!
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