Conheça mais sobre o autismo, síndrome que não tem cura, e transforma a vida de muitas famílias que têm filhos com diagnóstico confirmado
A mãe, Ana Silva, relembra o início da infância do filho, quando foi diagnosticado com o transtorno do espectro autista e as diversas horas de terapia para a evolução do filho. No dia 2 de abril é comemorado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, portanto, neste mês, celebramos o “Abril Azul”. O Transtorno do Espectro Autista é diagnosticado nos primeiros anos da infância, onde percebe-se pequenos detalhes como não olhar nos olhos, não responder quando chamado, dar atenção aos objetos do que às pessoas no local e dificuldade social.
O transtorno não tem cura, mas os sintomas são amenizados com processos de terapia que variam do grau do espectro, que pode diferenciar desde pessoas que apresentam um quadro leve e com total independência e discretas dificuldades de adaptação até aquelas que serão dependentes para as atividades de vida diárias, ao longo de toda a vida.
A psicóloga Ana Silva, de São Miguel do Oeste, é mãe de dois meninos, o Francisco, de quatro anos e o Antônio, de dois. O primogênito da família, Francisco, foi diagnosticado com o transtorno do espectro autista logo nos primeiros anos de vida. “Meu marido, que observava muito as atitudes do Francisco, me questionava sobre a demora para algumas coisas e a diferença desse processo inicial se comparado a outras crianças. No início até cogitamos a possibilidade, mas procuramos um profissional e fomos confortados que era ‘falta de estímulo’, mas o tempo foi passando e a alguns pontos estagnaram”, relembra a mãe.
Além da emoção no dia do nascimento do segundo filho, a mãe lembra que ao segurar Antônio, teve certeza do espectro em Francisco. “No dia do nascimento do Antônio eu tive certeza que Francisco era autista. O olhar que Antônio deu para mim no segundo em que me viu eu nunca tinha recebido do Francisco. Questionei meu marido e ele também confirmou, já sabíamos que o diagnóstico dessa vez seria positivo. Procuramos um neuropediatra, que confirmou. Francisco é autista! Dessa vez estávamos mais confiantes e conformados, não levamos um baque como a primeira vez que supomos essa possibilidade”, explica.
No retorno da consulta, mais de 30 horas semanais de terapia chegaram na bagagem. Francisco agora faria diversas atividades para ter uma evolução. “No início foram mais de 30 horas semanais de terapia. Fonoaudiologia, natação, fisioterapia, terapias em casa, acompanhamento com a psicopedagoga. Uma maratona, mas Francisco evoluiu muito. Olhando hoje, eu teria certeza lá nos 6 meses que ele era autista, hoje, se você procurar os sintomas que ele tinha lá no início, são quase inexistentes, ele brinca, fala, vai para a escola. Ainda faz acompanhamento, mas bem reduzido”, ressalta.
Ao buscar palavras que definam o filho, a mãe se emociona e escolhe: pureza e sinceridade. Francisco, cujo nome tem relação com liberdade, faz jus ao termo. “Francisco é puro, é amor, é sinceridade. Tudo nele é verdade e a gente aprendeu a viver com mais verdade e intensidade. Ele tem uma pureza indescritível, não há nada de maldade no olhar ou nas ações. Ele não quer me agradar, ou agradar qualquer pessoa, ele quer ser ele, então é sempre muito sincero”, argumenta.
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