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Polícia prende 26 e desarticula quadrilha especializada em desvio de cargas

Operação Proditor desencadeada pela Polícia Civil deu cumprimento a 58 Mandados Judiciais, sendo 28 mandados de prisão e 30 mandados de buscas apreensão nos estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo

Última atualização: 2019/03/20 11:56:28



A Polícia Civil de Santa Catarina por meio da Divisão de Furtos e Roubos de Cargas da Deic deflagrou a Operação Proditor, com objetivo de desarticular organização criminosa interestadual especializada no desvio de cargas. A ação contou com a participação de 120 Policiais Civis de quatro Estados. Na última quarta-feira foi deflagrada Operação Policial visando o cumprimento de 58 Mandados Judiciais, sendo 28 mandados de prisão e 30 mandados de buscas apreensão nos estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo.

A investigação iniciada há seis meses identificou um complexo esquema de desvio de cargas que movimentou milhões de reais. A DIC – FRON de São Miguel do Oeste atuou na operação, cumprindo medidas cautelares na cidade de Frederico Westphalen/RS.


Como operavam

Os líderes do bando constituíram empresas de transporte em nome de laranjas, e cooptavam motoristas para que estes não entregassem a carga no local de destino, mas sim, promoviam a subtração e eram encaminhadas para locais estabelecidos pelos líderes, sendo remunerados para a prática criminosa. O principal produto visado pelos integrantes da organização criminosa era cargas de bobinas de aço, devido ao seu alto valor agregado.

As cargas eram embarcadas no estado de Santa Catarina, contudo, os motoristas já saíam dos terminais conscientes de que deveriam entregar em local diverso do constante na nota fiscal, e com a carga em local seguro, os motoristas registravam falsos boletins de ocorrências narrando o roubo da carga. Para isto, contavam com o apoio de agentes públicos que confeccionavam os falsos boletins de ocorrência, noticiando fatos completamente diversos do que efetivamente aconteceu.

As bobinas de aço eram reinseridas no mercado de aço por um preço inferior ao praticado, e visando ocultar a origem ilícita, os mecanismos de rastreabilidade eram descaracterizados, promovendo a afixação de etiquetas confeccionadas por uma integrante da organização criminosa. Também visando à impunidade, os integrantes do bando utilizavam empresas denominadas noteiras, as quais mediante pagamento forneciam notas fiscais ideologicamente falsas, possibilitando a circulação das mercadorias e visando burlar os órgãos fiscalizadores. As empresas utilizadas para esse fim, sequer possuíam uma sede, sendo constituídas e atuando com o único fim de praticar delitos.

Apurou-se ainda que os investigados promoviam a circulação das mercadorias de origem ilícita mediante a utilização de notas de remessa para industrialização fora do estado, evitando assim o recolhimento de tributos. A investigação identificou as empresas do ramo de aço que revendiam as cargas roubadas, bem como as empresas noteiras e receptadoras. As empresas estavam estabelecidas nos estados de Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.

O grupo criminoso utilizava as empresas de transporte constituídas em nome de laranjas para a lavagem de dinheiro, mediante o recebimento dos valores auferidos com as cargas subtraídas, além de serem utilizadas para a aquisição de caminhões e semirreboques utilizados nos desvios das cargas e na ocultação de bens. O bando adquiriu veículos que somam mais de R$ 4,1 milhões.

Para dificultar o rastreio os valores obtidos da venda das cargas, os valores eram fracionados e pulverizados em diversas contas bancárias de “laranjas”. Apurou-se ainda que um dos líderes do bando realizava a lavagem de dinheiro com a promoção de eventos, (shows nacionais) em uma casa noturna do litoral norte de Santa Catarina. 

Das prisões.

Até o momento foram presas 26 pessoas durante as investigações, entre empresários, motoristas transportes de cargas, comerciantes do ramo logístico, “laranjas” e agentes públicos. Na posse dos investigados foram apreendidas bobinas de aço que somam aproximadamente 150 toneladas, armas de fogo, colete balístico, veículos, joias e aproximadamente R$ 100 mil em espécie e grande soma em cheques.

As investigações continuam no sentido de capturar foragidos e apurar a participação de mais pessoas. A DFRC/DEIC conta com a colaboração da sociedade, denúncias e informações relacionadas a Roubos de Cargas podem ser enviadas para o e-mail roubosdecargas-deic@pc.sc.gov.br, telefone (48) 3665-9500.


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