Na edição desta semana da série sobre doação de órgãos, a médica nefrologista Katia Bugs tira dúvidas e faz esclarecimentos acerca do assunto. Iniciamos a série com o relato de uma paciente, que necessita de um transplante renal pela segunda vez.
Na edição desta semana da série sobre doação de órgãos, a médica nefrologista Katia Bugs tira dúvidas e faz esclarecimentos acerca do assunto. Iniciamos a série com o relato de uma paciente, que necessita de um transplante renal pela segunda vez.
O Hospital Regional Terezinha Gaio Basso, de São Miguel do
Oeste já realizou 10 captações de órgãos, sendo a última em julho de 2018, com
uma doadora de 43 anos, em óbito, e os órgãos foram encaminhados para Blumenau
e Florianópolis
No Brasil, a doação de órgão pode ser feita por um doador
vivo, quando há compatibilidade, e um doador em óbito, apenas quando for
diagnosticado morte cerebral. A fila de espera, em 2018, ultrapassou 30 mil
pessoas que aguardam para receber um rim, fígado, coração, pulmão, pâncreas ou
córnea.
O Brasil é referência mundial na área de transplantes e
possui o maior sistema público de transplantes do mundo. Atualmente, cerca de
96% dos procedimentos de todo o País são financiados pelo Sistema Único de
Saúde (SUS). Em números absolutos, o Brasil é o 2º maior transplantador do
mundo, atrás apenas dos EUA. Os pacientes recebem assistência integral e
gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e
medicamentos pós-transplante, pela rede pública de saúde.
Em Santa Catarina, os dados dos últimos anos são positivos e
mostram que o Estado continua liderando o ranking de doadores de órgãos e de
transplantes efetivados, com um sistema de transplantes que é referência também
internacionalmente. O órgão mais aguardado em 2018 foi o rim, chegando a 352
pessoas na espera em dezembro, seguido por córnea e medula óssea.
O Hospital Regional Terezinha Gaio Basso, de São Miguel do Oeste já realizou 10 captações de órgãos, sendo a última em julho de 2018, com uma doadora de 43 anos, em óbito, e os órgãos foram encaminhados para Blumenau e Florianópolis.
A médica nefrologista, presidente da Comissão de Captação de
Órgãos do Hospital Regional Terezinha Gaio Basso, Katia Rosane Teixeira Bugs,
explica que não há limite de idade para ser um doador. “Diversos órgãos como
rim, coração, fígado, córnea e medula óssea podem ser doados e não há limite de
idade para ser um doador, o que determina é o estado de saúde. Quem deseja ser
doador, deve sempre manifestar esse desejo para a família, para que o processo
seja agilizado, no caso de doador em óbito”, argumenta.
Kátia ressalta que, com a tecnologia atual, os riscos são
cada vez menores. “ Como todo procedimento cirúrgico, o transplante ou captação
de órgãos apresenta um risco, mas com a tecnologia que temos hoje a chance de
acontecer alguma complicação é extremamente reduzida. O sucesso do transplante
depende de inúmeros fatores como o tipo de órgão a ser transplantado, a causa
da doença, condições de saúde do paciente e cuidados no pós-operatório”, frisa.
A médica destaca que no Brasil, em doador em óbito, apenas é
autorizado a captação se for diagnosticada a morte encefálica. “A captação de
órgãos só acontece se o paciente for diagnosticado com morte encefálica e a
família autorizar. A morte encefálica é diagnosticada por meio de exames
específicos e avaliação de médicos especializados, não há chance de erro no
diagnóstico. É importante ressaltar que a família do doador acompanha todo o
processo e é assessorada por uma equipe multidisciplinar composta por médicos,
enfermeiros, assistente social e psicólogo e por mais que notificação seja
feita aos órgãos competentes, a captação sempre e opcional pela parte da
família”, finaliza Kátia.
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