São elas: CPI da Ponte Hercílio Luz e CPI da Caixa Preta do ICMS
O início da 19ª legislatura da Assembleia Legislativa será
marcado pelas Comissões Parlamentares de Inquérito. A tendência foi confirmada
nesta quarta-feira (20) com a indicação dos integrantes da CPI da Ponte
Hercílio Luz e na sessão ordinária desta quinta-feira (21) pelo pedido do
deputado Laércio Schuster (PSB) para a criação da CPI da Caixa Preta do ICMS.
O 1º secretário da Mesa leu a justificativa do seu
requerimento e pediu o apoio dos demais deputados para subscreverem a
iniciativa. “Na última terça, esteve aqui o secretário de Estado da Fazenda,
Paulo Eli, para falar dos incentivos fiscais do ICMS. Registro minha indignação
sobre a forma como recebi do secretário a informação sobre a situação
financeira de Santa Catarina. O mesmo secretário que em dezembro de 2018 veio à
essa Casa trazer medidas saneadoras, agora nos traz a notícia que o Estado está
entrando em estágio de calamidade financeira”, afirmou Schuster.
Na avaliação dele, o secretário revelou a existência de
problemas que já fizeram parte do passado. “Esse fantasma do atraso do
pagamento do funcionalimso publico eu achei que não ia mais ver.” Segundo o
deputado, após ter sido negado seu pedido para o governo estadual rever os
decretos que revogam benefícios fiscais de ICMS a produtos alimentícios e da
construção civil, ele decidiu lançar a possibilidade de ajudar o governo, com
os demais colegas, por meio da CPI. “Podemos ajudar a elucidar coisas que o
secretário diz desconhecer”, comentou.
“Não sou contra os incentivos, pois eles ajudam nosso setor
produtivo, principalmente em um momento de crise, tornando nossas empresas mais
competitivas.” Mas, segundo Schuster, não é aceitável que Santa Catarina
ofereça R$ 6 bilhões de incentivos e a Secretaria da Fazenda não saiba quais
empresas e setores recebam o benefício. O deputado Ivan Naatz (PV) elogiou a
iniciativa e declarou que irá subscrever a criação da CPI. Na mesma sessão, o
presidente da Alesc, deputado Julio Garcia (PSD), fez a leitura da lista de
parlamentares confirmados para a CPI da Ponte Hercílio Luz. Ele informou ainda
que o deputado Marcos Vieira (PSDB), por ser o integrante do colegiado com
maior número de mandatos, tem o prazo de cinco sessões para instalar a Comissão
e promover a escolha do presidente e do relator.
Arma na mesa
O deputado Jessé Lopes (PSL), que declarou seu interesse em
presidir a CPI da Ponte, trouxe ao debate a repercussão na imprensa sobre o
presidente da Fesporte, Rui Godinho, ter mantido, durante uma reunião de
trabalho na entidade, uma arma sobre a mesa. “Se isso ocorrer no meu gabinete,
vou agradecer e vou me sentir muito mais seguro, porque arma também protege
vidas.” O líder da bancada do PR, deputado Maurício Eskudlark, discordou de
Lopes. “Sou policial há quase 40 anos e, em 90% do meu tempo, estou armado. Mas
ninguém me vê armado. O uso da arma tem que ser discreto. O nosso presidente da
Fesporte, que é meu amigo, não pode fazer uma audiência com a arma exposta. A
arma cria constrangimento para o cidadão. O Godinho é um bom policial, vai ser
um bom presidente da Fesporte, mas nós que somos da Segurança Pública temos que
ter cuidado. Policial tem que ser firme e se precisar, tem que usar a arma. Mas
tem que ser de modo discreto, a não ser se você está em uma operação policial.”
Lopes comunicou ainda uma agenda da Coalizão Conservadora,
grupo de estudos cujo objetivo, segundo ele, é defender os valores éticos da
sociedade. A agenda será feita nos auditórios da Universidade do Extremo Sul
Catarinense (Unesc) e, de acordo com o parlamentar, por se tratar de uma
universidade comunitária, houve resistência por parte da sociedade que se
manifestou contra a realização do evento. A presença da Coalizão Conservadora
durante os eventos é um modo de equilibrar a orientação ideológica que,
conforme raciocínio do deputado, está presente nas instituições de ensino
superior.
Rodovias
Durante o discurso, Maurício Eskudlark afirmou que a BR-470
é o maior problema de infraestrutura de Santa Catarina e que o segundo é a
BR-163. “Está um caos, abandonada. É uma
rodovia importante, pela qual passa toda a produção de milho e soja que vem do Paraguai,
da Argentina e do Centro-Oeste para a nossa produção. Ela também transporta a
produção do Oeste para o porto seco de Dionísio Cerqueira e para o porto de
Itajaí.” O parlamentar comemorou que o DNIT lançou edital para a retomada das
obras no trecho entre Dionísio Cerqueiria e Guaraciaba e o porto seco, mas
revelou temor por saber que não há verba suficiente e que espera que a bancada
federal e o governador do Estado cobrem solução em Brasília.
Eskudlark falou também sobre a necessidade de um edital para
um trecho de três quilômetros entre Guaraciaba e São Miguel do Oeste. Um
projeto que prevê mudar a base asfáltica de asfalto para concreto, cuja
durabilidade é o dobro, além de 23 quilômetros de terceira faixa e outros 22 de
vias laterais. Uma boa notícia para ele é a divulgação no website do Ministério
dos Transpores sobre a readequação da BR-163 de São Miguel do Oeste a São João
do Oeste e Itapiranga. “São obras que precisam de cobrança pois vão melhorar a
vida do nosso Estado. Com as boas perspectivas do governo federal e estadual
com o enxugamento da máquina pública é possível sobrar dinheiro para investir
nas rodovias federais.”
O deputado Dr. Vicente Caropreso (PSDB) também tratou sobre
a questão das rodovias catarinenses. Segundo ele, sua equipe de apoio em
Jaraguá do Sul percorreu a SC-108 e a BR-470, ambas “altamente deterioradas”,
colhendo depoimentos de profissionais que atuam com reparos de pneus. Todos
teriam declarado que o melhor seria não resolver a situação, para manter o
comércio em alta. “É uma situação absurda, que acontece não por desleixo do
governo, mas por absoluta falta de condições financeiras.”
Centro de Eventos
Caropreso, que elogiou a iniciativa do presidente da
República em promover a Reforma da Previdência Social, questionou ainda a
demora nas obras do Centro de Eventos de Balneário Camboriú. “Uma obra que vai
ser um arco histórico para o turismo de Santa Catarina.” O parlamentar, que
integra a Comissão de Turismo, revelou que entrou com pedido de informações
para saber o quanto foi gasto, investido, quanto o Estado terá que investir
para comprar os equipamentos, se há previão de licitar os equipamentos e o mais
importante: quando será aberta licitação para conscessão à iniciativa privada e
se há estudo técnico do impacto financeiro positivo para a cidade e a região.
“Temos que nos debruçar sobre isso, senão pode virar mais um elefante branco.”
Ações do governo
Duante o horário dos partidos políticos, o deputado Ricardo
Alba (PSL) fez um relato sobre as primeiras ações do governador Carlos Moisés
no comando do Estado. “Respondo às perguntas que recebo pelas mídias sociais
que o nosso governador cortou muitos cargos comissionados. Enxugar a máquina
pública é uma marca desse governo, que acabou com a estrututra gastadora das ADRs.”
O líder da bancada do PSL citou ainda a venda de dois aviões do governo que, só
em manutenção, deve gerar uma economia de R$ 14 milhões.
Para Alba, o governador está fazendo “o que o catarinense
pediu nas urnas”, corte de gastos e regalias, além de ter aberto concurso para
mil novas vagas de policias e criado o Colegiado de Segurança Pública, chamando
mil novos professores, criado a Controladoria do Estado e, em menos de 2 meses,
vai disponibilizar R$ 31 milhões para reformas de parte da estrutura das pontes
Colombo Salles, desde 1975 sem manutenção, e da Ponte Pedro Ivo, que aguarda
manutenção desde 1991.
Saúde animal
O deputado Marcius Machado (PR) revelou ter apresentado uma
moção ao governo do Estado para a criação de políticas públicas mais efetivas
na questão da proteção animal. “Muitos estão nas ruas. É uma questão de saúde
pública, pois temos inúmeros casos de acidentes de motocicliistas com
cachorros, por exemplo.” Ele citou que em alguns municípios, como Lages,
existem convênios com a Udesc para se castrar os animais, mas é uma cota
mínima, em torno de R$ 100 a R$ 250.
Machado alertou que são necessárias castrações em massa, aplicação de vacinas e
cirurgias visando o controle de população de cães gatos e outros animais.
O deputado Bruno Souza (PSB) elogiou a boa intenção do
colega, mas se disse contrário à moção. “Não há como viabilizar de forma
gratuita, pois ao escolher uma despesa, outra deixará de acontecer.” O autor da
moção sugeriu as parcerias com universidades que tenham curso de Medicina
Veterinária financiado pelo governo, como é o caso da Udesc.
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