Nesta quarta feira, dia 06/02, fui convidado a dar uma palestra para pais e responsáveis, cujos filhos estão na escola do SESC São Miguel do Oeste, e em sua maioria, estão iniciando o processo escolar em suas vidas.
A adaptação pode não ser tão simples para alguns alunos e principalmente, para alguns pais, afinal, a rotina será modificada e muitos sentimentos podem estar presentes nestes momentos. Alguns pais, por exemplos, podem não saber lidar com o choro, com os sentimentos de “abandono”, com suas próprias preocupações pelo momento, que passam a promover uma ansiedade, confundindo seus pensamentos e sentimentos.
Acredito que exposição da noite tenha sido muito interessante, avaliação baseada na oitiva e atenção dos pais. Entretanto, ao entrar no carro para me dirigir a minha residência, fiquei pensando no meu primeiro dia de aula. Obviamente mais tarde, com 06 anos de idade, bem velho se comparado ao grupo de pais da palestra, cujos filhos possuem entre 02 a 05 anos.
Muito embora a escola não tivesse a 30 metros da minha casa, meu primeiro dia de aula marcou a minha entrada em outro universo, desconhecido, estranho, cheio de pessoas da minha idade e alguns mais velhos. Lembro que fiquei sentado, quieto, olhando somente para frente, atendo à fala de uma pessoa alta, firme e com olhares sisudos, parecia estar sempre brava, pessoa esta que no dia anterior, era apenas minha tia, calma e tranquila. Que confusão, já não sabia quem era ela, meu coração devia estar acelerado por conta de muitos pensamentos.
O que realmente significava entrar na escola, ontem e hoje? Que diferença são essas? Sobre minha história, acredito que eu devia estar tranquilo sobre ter que estar naquele lugar, pois os pais não criaram muita expectativa em mim, não ficavam em sofrimentos preocupados com possíveis “coisas” que poderiam ocorrer, não tiraram fotos, não ficavam contando a todos, nem postando no facebook sobre aquele dia, não deram recompensas para me convencer, nem sequer se preocuparam com o lanche (pois na escola havia a merenda). Pensando neste momento, essa pseudo-segurança dos pais, muito provavelmente contribuía na promoção da minha responsabilidade com a minha própria história, de uma maneira lúdica, real.
Outro detalhe muito importante, que me ajudou muito, foi compreender que meus pais confiavam na Escola, na professora, no novo mundo que eu estava se abrindo. De alguma maneira, eu sabia disso.
Nossos filhos, como nós, sabemos como nossos pais se sentem em relação ao novo momento, então, senhores pais e responsáveis, fiquem atentos em seus próprios sentimentos e comportamentos em relação a este novo momento na vida de seus filhos. Isso importa, e muito, que a segurança de vocês oportunize a tranquilidade deles. Confiem, acreditem e curtam esse “marco” histórico na vida da família.
Lembre-se que: “Educação é o que sobra depois que esquecemos o que foi aprendido na Escola” (Albert Einstein).
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