Os casos aumentaram consideravelmente em relação ao ano passado, o que pode ocasionar desabastecimento no banco de soros da Gerência de Saúde
Os
índices de acidentes com animais peçonhentos são altos nesta época do ano, em
especial com a lagarta Lonomia, popularmente conhecida como taturana. Na região
de abrangência da Gerência Regional de Saúde de São Miguel do Oeste os casos
aumentaram consideravelmente em relação ao ano passado. De todo o Estado, a
região Extremo-Oeste é responsável por 40% dos acidentes com a Lonomia.
O biólogo e técnico do laboratório de entomologia da
Gerência de Saúde de São Miguel do Oeste, Márcio Pereira, explica que devido
aos altos índices de acidentes com a taturana, o que pode ocasionar um
desabastecimento no banco de soros da gerência, pois os soros são distribuídos
de acordo com o último índice enviado para o estado. O pedido é que, quem for
para áreas de camping, locais próximos a vegetações, realizar trabalhos em
locais com entulhos, tenha os cuidados necessários para que não ocorra o
acidente.
Márcio explica que o contato com a Lonomia se assemelha a
uma picada de cobra. “O contato com a lagarta é perigoso, o veneno se assemelha
a uma picada de jararaca e pode levar a óbito. No momento a pessoa sente apenas
uma ardência e não fica marcas na pele, então muitas vítimas não dão
importância. A orientação é que seja procurado imediatamente uma unidade de
saúde, pois quanto mais tempo demorar para iniciar o tratamento, menos eficácia
terá. Quem avistar as lagartas nas árvores não deve tentar fazer a eliminação,
mas sim entrar em contato com a Secretaria de Saúde do município, no setor de
Epidemiologia, que fará o trabalho de retirada”, ressalta o Biólogo.
A lagarta é a principal preocupação, mas acidentes com
serpentes, abelhas e escorpiões também foram registrados na região e necessitam
orientações. De acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa
Catarina (DIVE/SC), no caso de picadasacidentes, a vítima deve procurar
atendimento médico no serviço de saúde mais próximo nas primeiras horas após a
ocorrência. A referência para atendimento de acidentes por animais peçonhentos
no estado é o Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina
(CIATox/SC), com funcionamento 24 horas pelo telefone 0800 643 5252.
O QUE FAZER EM CASO DE ACIDENTES
• Manter a vítima calma e deitada;
• Tentar manter a área afetada no mesmo nível do coração ou,
se possível, abaixo dele;
• Evitar que a vítima se movimente para não favorecer a
absorção do veneno;
• Localizar a marca da mordedura e limpar o local com água e
sabão;
• Cobrir com um pano limpo;
• Remover anéis, pulseiras e outros objetos que possam
garrotear (apertar a circulação), em caso de inchaço do membro afetado;
• Levar a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais
próximo, para receber o tratamento necessário; e
• Se possível, levar o animal para que seja identificado e
para que a vítima receba o soro antiveneno específico.
• Não fazer torniquete –
isso impede a circulação do sangue e pode causar gangrena ou necrose
local;
• Não cortar o local da ferida, para fazer ‘sangria’; e
• Não aplicar folhas, pó de café ou terra sobre a ferida,
pois poderá provocar infecção.
• Utilizar equipamentos de proteção individual (EPIs) no
manuseio de materiais de construção, lenhas, móveis, em atividades rurais,
limpeza de jardins, quintais e terrenos, etc.;
• Observar com atenção os locais de trabalho e de passagem;
• Não colocar as mãos em tocas, buracos e espaços entre lenhas
e pedras (utilizar ferramenta);
• Evitar aproximação de vegetação rasteira ao amanhecer e ao
anoitecer (período de maior atividade de serpentes);
• Não mexer em colmeias e vespeiros (contatar autoridade
local);
• Inspecionar antes do uso roupas, calçados, roupas de cama
e banho, panos, tapetes, e afastar camas das paredes;
• Não depositar lixo, entulho e materiais de construção
junto às habitações;
• Evitar que plantas e folhagens se encostem nas casas;
• Fazer controle de roedores (servem de alimento para
serpentes);
• Evitar acampar em áreas onde é sabido que há roedores e
serpentes;
• Não fazer piquenique às margens de rios, lagos e lagoas, e
não se encostar em barrancos durante pescarias;
• Limpar regularmente e com EPIs móveis, cortinas, quadros,
paredes e terrenos baldios;
• Vedar frestas, buracos, portas, janelas e ralos;
• Manter limpos jardins, quintais, paióis e celeiros;
• Combater insetos (especialmente baratas que servem de
alimento para escorpiões e aranhas); e
• Preservar predadores naturais dos animais peçonhentos.
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