Importante seminário regional de leite foi realizado nesta semana em São Miguel do Oeste na sede da associação de criadores de bovinos. Um grande público formado por produtores de leite e técnicos participou oriundos dos munícipios da região.
Foi um momento importante para debater a cadeia produtiva de leite que pontuou vários temas como: Manejo da Fertilidade do Solo e Adubação para Produção das Plantas Forrageiras com o Engenheiro Agrônomo e Dr. Alcione Miotto do IFSC Campus de São Miguel do Oeste/SC.
Também foi apresentado os Dados das Unidades de Referência em Pecuária de Leite da Região do Extremo Oeste Catarinense com o Técnico em Agropecuária e Especialista em Bovinocultura de Leite, Valmir Kretschmer da Epagri regional.
Por fim o seminário tratou sobre Manejo Integrado de Pragas em Pastagens com o Engenheiro Agrônomo e Dr. Leandro Prado Ribeiro, Entomologista e Pesquisador do CEPAF- Epagri de Chapecó/SC.
Momentos como esse são importantes para o produtor afiar o machado como é chamado no meio rural, pois com o avanço das tecnologias e a velocidade das informações é muito importante todos estarem atentos as mudanças e as evoluções para melhorar a produtividade e a lucratividade da atividade desenvolvida nas propriedades rurais.
DEMANDA SUSTENTA ALTA ATÍPICA DOS PREÇOS DO MILHO
A demanda aquecida por parte de agroindústrias e do setor pecuário enquanto produtores seguram a oferta tem sustentado uma alta “atípica” das cotações do milho na B3, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
No período, o cereal se valorizou 8,26% na bolsa, fechando a uma média de R$ 41,58/saca, de acordo com o Imea. Em Mato Grosso, os preços acumulam alta de 7,4% no mês, a um valor médio de R$ 21,17/saca, apesar de a colheita já estar praticamente finalizada, alcançando 98,9% da área plantada no Estado. Os preços (em Mato Grosso) também estão sendo influenciados pela demanda do mercado interno, afirmou o Imea.
Se esses preços se mantiver pode influenciar os agricultores a se inclinarem mais no plantio de milho nesta safra. Apesar dos insumos terem tido uma inflacionada enorme e com isso aumentando o custo de produção. Mesmo assim as empresas estão fechando acordos de venda futura com preços animadores. É sempre bom observar a tendência de mercado, produção externa e também como vai ficar o clima nesta safra.
PASTO CONSORCIADO COM FEIJÃO AUMENTA PRODUTIVIDADE
Pesquisadores da Embrapa Agrossilvipastoril, de Sinop (MT), e da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus Rondonópolis, lançaram, no mês passado, o Sistema Gravataí, que consiste em um consórcio de braquiárias com feijão-caupi destinado ao pastejo em sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP). Esse é o primeiro consórcio de gramíneas com leguminosas indicado para solos de textura média e argilosa na região de cerrados, informam os responsáveis.
As pesquisas começaram em 2014 na Fazenda Gravataí, em Itiquira (MT), a 347 quilômetros de Cuiabá. O plantio consorciado das braquiárias com o caupi, na sequência da colheita da soja, resultou em aumento no ganho de peso do gado e melhor produtividade na safra de verão. O ganho na produtividade da soja foi de 20 sacas por hectare no acumulado de três safras, quando comparado a uma área com cultivo tradicional. Já na pecuária, a tecnologia propiciou até 100 gramas a mais de ganho de peso por animal ao dia.
Segundo o pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril Flavio Jesus Wruck, a semeadura é feita simultaneamente à retirada da soja, que na região ocorre de meados de fevereiro a meados de março. Dentro de 45 a 50 dias, a altura do pastoreio permite ao gado dar entrada. Importante lembrar que o consórcio não compete com o milho safrinha, pois as duas atividades podem ser exploradas. A altura do pastoreio permite ao gado dar entrada entre 45 e 50 dias.
A Fazenda Gravataí é uma das Unidades de Referência Tecnológica e Econômica de ILPF acompanhadas pela Embrapa em Mato Grosso e foi parceira no desenvolvimento do consórcio de braquiária com feijão-caupi. Homenageada com o nome do sistema, a fazenda testou e aprovou a tecnologia a ponto de empregá-la atualmente em cerca de 100 hectares.
Os pesquisadores informam que parte da explicação pela maior eficiência nos resultados está na melhoria dos atributos químicos, físicos e microbiológicos do solo. “Observamos que, após três anos de implantação do sistema, ocorreu um incremento na qualidade do solo, com aumento de matéria orgânica, principalmente de carbono e nitrogênio, e um incremento considerável na quantidade de microrganismos”, diz o professor da UFMT Edicarlos Damacena de Souza.
Ele explica que a biomassa microbiana é cerca de três vezes maior que num pasto solteiro. Além disso, o incremento de atividade microbiana e o desenvolvimento das raízes promoveram uma descompactação do solo. Esse resultado, prossegue, condiz com o objetivo inicial do trabalho, que começou em 2011.
RESULTADOS IMPORTANTES DA PESQUISA DA EMBRAPA
Conforme os pesquisadores da Embrapa, o objetivo da pesquisa era desenvolver um consórcio com produção elevada e com alto valor nutritivo de biomassa, que aportasse nitrogênio para o sistema e que, ao mesmo tempo, descompactasse o solo para a cultura do arroz.
O Sistema Gravataí foi testado e obteve resultados positivos com três tipos de braquiárias: a B. ruziziensis, e as B. brizantha BRS Piatã e BRS Paiaguás. Em todas elas, os resultados foram satisfatórios e demonstraram melhorias no incremento de proteína bruta no pasto, aumento da quantidade de carbono orgânico e de nitrogênio no solo e aumento na produtividade da soja. A massa de forragem variou em algumas delas, assim como o índice de ganho de peso.
Segundo o pesquisador Flavio Wruck, o feijão-caupi é tradicional na região médio-norte de Mato Grosso, portanto, sai mais barato para o produtor. Nas avaliações, o feijão-caupi utilizado foi a cultivar BRS Tumucumaque. Porém, pesquisadores já trabalham com outros materiais apropriados, como a BRS Gurgueia, que é uma cultivar com características de grão menor. Então o produtor vai usar um volume menor de sementes por hectare, reduzindo os custos de implantação.
O Sistema Gravataí pode ser implantado de três formas distintas. Uma delas é de maneira simultânea, utilizando uma semeadeira com terceira caixa, onde são inseridas as sementes da forrageira. As outras opções são utilizando duas operações. Em uma delas, faz-se a semeadura direta em linha do feijão-caupi e na sequência semeia-se também em linha o capim. Na outra alternativa, é feita a semeadura da braquiária a lanço e, em seguida, a semeadura direta do feijão-caupi em linha. Nesse caso, o próprio revolvimento do solo da operação de plantio é suficiente para cobrir as sementes da forrageira, desde que não falte chuva.
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