Evento teve participação de representantes da Casan, que esclareceram dúvidas das autoridades
São Miguel do Oeste
Investimentos no abastecimento de água, controle de qualidade, esgotamento sanitário, poluição dos mananciais hídricos, ampliação da capacidade de tratamento da água, perdas na distribuição e outros temas relacionados à água foram debatidos em audiência pública promovida pela Câmara de Vereadores nesta quinta-feira (14). Participaram do encontro autoridades municipais e regionais e também representantes da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan).
O evento foi coordenado pelo vereador Vagner Passos (PSD), proponente da audiência pública. De início, o chefe da agência local da Casan, Amauri Salles, apresentou os recentes investimentos da Companhia em obras no município, e citou as obras previstas.
PROBLEMAS DE ABASTECIMENTO
Questionado pelo vereador Vagner Passos sobre a frequente falta de água em São Miguel do Oeste, o gerente operacional da Casan na região Oeste, Arthur Vieira, afirmou que os problemas são pontuais e que a situação está melhor do que em outros tempos. Em relação ao Bairro São Jorge, disse que os problemas serão solucionados somente com investimentos na rede de água. Ele afirmou que já foi solicitado processo licitatório para uma obra na adutora, com investimento superior a R$ 2 milhões, que irá ampliar em 50% a capacidade de abastecimento do município.
TRATAMENTO DE ÁGUA
Sobre a captação e o tratamento de água, Arthur Vieira ressaltou que a água é captada no rio Camboim e tratada na estação da Casan, e alternadamente é utilizada a água do aquífero, captada pelo poço profundo. Ele afirmou que os investimentos na adutora irão facilitar as etapas de tratamento, em especial da água do aquífero. Também citou que o custo de um novo poço é mais caro do que bombear água do poço profundo, e que não pode deixá-lo inativo.
O promotor de Justiça Maycon Hammes falou das ações do Ministério Público envolvendo a questão da água, e comentou sobre a situação da estação de tratamento de água do Bairro Progresso. A ETA foi construída em uma área particular e corre risco de haver reintegração de posse em favor do proprietário, o que causaria a desativação da estação. Hammes afirmou que com isso a situação da falta de água irá piorar.
PERDAS
O vereador Cláudio Barp questionou sobre as perdas de água tratada no município. Segundo Arthur Vieira, as perdas estavam em torno de 50%, e com os recentes investimentos hoje estão por volta de 40%, semelhante à média nacional. Ele afirmou que primeiro é preciso melhorar a distribuição para depois melhorar o reservatório.
ESGOTAMENTO SANITÁRIO
Em relação ao esgotamento sanitário, a secretária de Planejamento Marli da Rosa explicou que o Plano de Saneamento foi aprovado em março de 2015, mas que de início o valor previsto para implantar o tratamento de esgoto em São Miguel era muito alto. O Plano foi reavaliado e hoje a previsão de investimento no abastecimento de água é de R$ 7,4 milhões, mais o custeio de R$ 216 milhões para 20 anos. Já para o esgotamento sanitário a previsão de investimento é de R$ 83 milhões, e custeio de R$ 84 milhões para todo o perímetro urbano. O promotor Maycon Hammes sugeriu implantar inicialmente o tratamento de esgoto somente em parte de São Miguel do Oeste, na área central, considerada a mais crítica. Ele afirmou que ao tratar o esgoto se resolverá também o problema de poluição dos cursos hídricos.
AR NOS CANOS
Os representantes da Casan foram questionados sobre a instalação de ventosas para retirar o ar de canos, a fim de que o consumidor não pague pelo ar que passou pelo hidrômetro após uma falta de água, por exemplo. O gerente operacional explicou que não há mais reclamações de fatura alterada devido ao ar, e que em caso de uma fatura discrepante é possível comparar o histórico de consumo para saber se houve falhas.
QUALIDADE DA ÁGUA
Arthur Vieira garantiu que a qualidade da água da Casan é segura para beber. O químico Adair Roque Bolzan, ao se manifestar sobre a qualidade da água, afirmou que a Casan cumpre as normativas e aplica cloro para descontaminação da água. “O que vai garantir se a água é boa para tomar é a análise e o monitoramento da água. E isso a Casan faz”, afirmou.
O proponente da audiência pública, Vagner Passos, avaliou como positivo o evento. Ele ressaltou que esse é um primeiro passo para melhorar a qualidade da água no município, e que irá cobrar melhorias no abastecimento. A audiência pública pode ser ouvida na íntegra no site do Poder Legislativo: www.saomigueldooeste.sc.leg.br
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