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Grupo de olericultores de capacitam em SPDH

O município de Bandeirante organizou um curso sobre SPDH (Sistema de Plantio Direto em Hortaliças) nos dias 15 e 16 de agosto, sendo que a parte teórica ocorreu na Câmara Municipal de Vereadores e a parte prática foi realizada na propriedade da família de Irineu Dorigati na linha Volta Grande

Última atualização: 2017/08/17 5:36:48

Participaram do evento mais de trinta pessoas entre olericultores e técnicos de Bandeirante, São Miguel do Oeste, santa helena e Paraíso. O prefeito Celso Biegelmeier e o secretário municipal de agricultura Fábio Cambuzi Pilatti de Bandeirante também prestigiaram o evento O instrutor do curso foi o Extensionista Rural da Epagri de Florianópolis, Marcelo Zanella.Os principais temas desenvolvidos no curso e que chamaram a atenção dos participantes foram: Introdução e resgate do sistema SPDH – Sistema de Plantio Direto em Hortaliças, Sistema de cultivo no SPDH, Cobertura verde e cultivo verde, Adubação adequada neste sistema, Manejo na palhada e visita na prática na propriedade do olericultor.A nossa região está buscando esse espaço na produção de hortaliças, pois temos um mercado latente com uma demanda muito grande por produtos saudáveis e de qualidade. O sistema SPDH agrega todos esses valores de sustentabilidade, por isso está ganhando adeptos e já temos uma equipe técnica se desafiando para orientar no processo de produção e comercialização.O QUE É O SPDH A produção de hortaliças é, geralmente, atividade intensiva com sistemas de produção baseados em intensa e frequente mecanização e na utilização intensiva e crescente de insumos. Em muitas regiões de produção de olerícolas e, especialmente em áreas montanhosas com topografia acidentada, os processos erosivos e o esgotamento dos recursos naturais são alarmantes, além do agravamento dos problemas fitossanitários decorrentes de um ciclo de empobrecimento crescente.Já consagrado na produção de grãos pelos benefícios que proporciona, sendo utilizado em mais de 22 milhões de hectares, o Sistema de Plantio Direto (SPD) é importante ferramenta para a obtenção de sistemas produtivos mais sustentáveis também na produção de hortaliças.O Sistema de Plantio Direto de Hortaliças (SPDH) é um instrumento para a promoção do desenvolvimento sustentável no meio rural e, como tal, possui como eixo da transição sócio-ecológico a promoção da saúde das plantas. ASPECTOS FUNDAMENTAIS E PRINCÍPIOS DO SPDHSeus fundamentos são os seguintes: Diversificação funcional dos agroecossistemas, com utilização de técnicas que promovem manutenção de resíduos vegetais na camada superficial do solo, incluindo entre estas algumas culturas específicas para este fim, tais como o nabo forrageiro (Raphanus sativus), aveia(Avena strigosa), ervilhaca (Vicia sativa, mucuna (Mucuna sp), tremoço (Lupinus sp), Crotalária, dentre outras e também: o manejo das plantas espontâneas, consorciando-as com as hortaliças ou frutas de interesse.Conservação e o aumento da fertilidade dos solos, qualificando e aumentando a vida no solo, utilizando-se de práticas de rotação de culturas, cobertura verde ou seca do solo, revolvimento mínimo do solo, restringindo-se a linha de plantio e manejo correto da matéria orgânica.Redução da dependência externa de insumos e equipamentos, potencializando os recursos naturais existentes. Redução e, se possível, até mesmo a eliminação do uso de agrotóxicos e adubos de alta solubilidade.Racionalização de uso e melhoria da qualidade da água. Conservação e recuperação do meio ambiente. Valorização da qualidade de vida, tanto dos agricultores quanto dos consumidores.O SPDH é um sistema voltado à produção sustentável de alimentos e segue basicamente três princípios: revolvimento localizado do solo, ficando restrito às covas ou sulcos de plantio; rotação de culturas com diversificação de espécies e com a inclusão de plantas de cobertura para produção de palhada e cobertura constante do solo.ALGUNS BENEFÍCIOS DO SPDHDentre os benefícios do SPDH, destacam-se a redução nas enxurradas em torno de 90% e nas perdas de solo em torno de 70%, minimizando processos erosivos; a economia de água em culturas irrigadas em até 30%; a diminuição na mecanização em até 75%; a regulação térmica proporcionada pela palhada com redução dos extremos de temperatura em até 10ºC na superfície do solo; incremento nos teores de matéria orgânica e maior ação biológica de minhocas e outros organismos.Ocorre a menor dispersão de doenças, pelo não revolvimento do solo e redução de enxurradas e respingos e a redução nas capinas pela barreira proporcionada pela palhada para as plantas infestantes. Tem-se observado que, em função da preservação ou recuperação da qualidade do solo, os níveis de adubação têm sido diminuídos sem prejuízo na produtividade de lavouras.O fato de o sistema de plantio direto promover aumento nos estoques de carbono do solo, bem como uma possível redução das emissões de gases de efeito estufa, fazem dele uma importante ferramenta de mitigação das mudanças climáticas globais.Além disso, o papel do SPD na redução da temperatura do solo, dos processos erosivos e da necessidade de uso de agroquímicos, além da manutenção de maior umidade, sem, contudo, promover o acúmulo excessivo de água, mostram o poder dele de promover a adaptação dos sistemas produtivos agrícolas aos impactos das mudanças ambientais em curso, especialmente aquelas relacionadas ao clima. Os benefícios da adoção do sistema de plantio direto citados fizeram com que este fosse incluído no rol dos sistemas de produção preconizados pelo Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC) do Governo Federal. Tal plano prevê uma série de incentivos para produtores que utilizem a tecnologia e tem como meta o aumento, até 2020, de 8 milhões de hectares das áreas agrícolas em SPD.ALGUNS BENEFÍCIOS DO SPDHPara a adoção do SPDH, deve-se considerar que as hortaliças, em geral, não proporcionam resíduos de palhada em quantidade adequada à manutenção do sistema, devendo-se incluir plantas de cobertura na sucessão de cultivos com as hortaliças.Entende-se por plantas de cobertura espécies com elevado potencial de produção de matéria seca e com profundo e vigoroso sistema radicular que têm a capacidade de reciclar nutrientes e de, após sua decomposição, tornar o solo leve e poroso promovendo bom enraizamento do cultivo subsequente. Cabe lembrar que as plantas de cobertura, a exemplo de milho, trigo ou sorgo, podem ser culturas comerciais. Sugere-se como planta de cobertura o uso de gramíneas, preferencialmente consorciadas a leguminosas e outras espécies.Após o manejo das plantas de cobertura por trituração, corte, acamamento e/ou dessecação, efetua-se o plantio, no caso de sementes, ou o transplante de mudas das hortaliças. Faz-se necessário ajustar o manejo da irrigação, considerando o efeito da palhada sobre o solo, e da adubação, considerando a decomposição dos restos culturais das plantas de cobertura.As primeiras experiências com plantio direto de hortaliças no Brasil, de forma mais sistematizada, foram em cebola,  no estado de Santa Catarina, ainda na década de 80. Hoje, há diversas iniciativas Brasil afora. Ocupa atualmente cerca de 50% da área do tomate para processamento, 20% de abóbora híbrida e 10% de cebola no país.

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