Agricultores que tiveram áreas de terra atingidas pelo traçado da rodovia cobram o pagamento das indenizações pela desapropriação. Deinfra diz que valores serão pagos e documentação errada e burocracia atrasam os pagamentos
Anchieta/Romelândia
(Marcelo Both): Ângelo Bazotti é um dos proprietários que ainda não recebeu os valores da indenização Muitos agricultores ainda aguardam para
receber o pagamento das indenizações pelas desapropriações causadas pelo
asfaltamento da SC-161, trecho entre os municípios de Anchieta e Romelândia.
Mesmo após a inauguração da obra no ano passado, muitos agricultores ainda
aguardam pelos valores indenizatórios, é o caso de Ângelo Bazotti, que tem
direito a R$ 25 mil, segundo informado por ele.
Conforme Ângelo, o valor em questão não
é tão significativo, mas há outros agricultores com quantias mais expressivas
que necessitam do dinheiro. “É complicado, porque tem muita gente que conta com
esse dinheiro. Acho que o governo deveria resolver logo essa situação”, comenta
Bazotti, que revelou a iniciativa de alguns agricultores para fechar a rodovia.
“É uma obra muito importante, não se discute isso. Mas eles (agricultores)
estão afim de fechar a rodovia”, revela.
Em contato com a assessoria de
comunicação do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra), a reportagem
do Gazeta foi informada de que as todas as indenizações serão pagas. A
justificativa dada para o atraso foi a burocracia e falta de documentos nos
processos. Segundo o Setor, os processos indenizatórios são pagos por entrada e
não por obra, o que dificultaria para acelerar o processo. Também foi informado
sobre um recurso de R$ 50 milhões na conta para o pagamento de desapropriações
por todo o Estado.
A DEMORA
A obra de asfaltamento da SC-161
iniciou ainda em 2012. Em 2014, os agricultores realizaram atos, impedindo o
andamento da obra caso os pagamentos não fossem realizados. Em fevereiro de
2014, em uma audiência na Câmara de Vereadores, o então secretário estadual de
Infraestrutura, Valdir Cobalchini, garantiu que os processos seriam pagos em 60
dias. Posteriormente, novos prazos foram pedidos, alguns processos foram pagos,
mas muitos ainda aguardam pelos valores.
Segundo o presidente do Sindicato dos
Trabalhadores Rurais de Romelândia, Marcos Borghetti, a informação é de que resta
aproximadamente R$ 1,4 milhão para ser pago aos agricultores. Ele acrescenta
que o fato de ter havido a promessa de pagamento em 2014, fez com que muitos
agricultores fizessem dívidas contando com os recursos que ainda não chegaram
três anos depois.
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