Já foram 360 mil casos prováveis e 340 mortes confirmadas pela doença somente em 2024
NSC
Última atualização: 2024/09/18 10:22:56O ano de 2024 foi de alerta máximo em relação à dengue em Santa Catarina. O Estado registrou mais de 360 mil casos prováveis e 340 mortes confirmadas pela doença, apontam os dados do Centro de Informações Estratégicas para a Gestão do SUS de Santa Catarina. A chegada de dias mais quentes e a proximidade do verão fazem com que mais ações sejam adotadas como forma de evitar a disseminação do mosquito.
Ao longo de 2024, foi registrada a pior epidemia de dengue da história do país. Com mais casos, também se elevaram o número de mortes. Em Santa Catarina, diversas iniciativas de combate à dengue têm sido adotadas.
— Epidemias na região Nordeste, na região de Joinville, na região do Vale do Itajaí, da Foz do Rio Itajaí, do Litoral e também na região Oeste, que já é uma região castigada há alguns anos pela dengue, então foi um ano bastante difícil, que demandou bastante cuidado das pessoas, dos profissionais de saúde, para que a gente conseguisse ter o menor número possível de casos graves e mortes pela doença, mas infelizmente batemos nosso recorde histórico — afirma Fábio Gaudenzi, superintendente de Vigilância em Saúde.
A preocupação é que a chegada do calor, mais uma vez, junto a períodos de chuvas, faça com que a doença se intensifique no Estado, elevando ainda mais os números registrados neste ano.
— Normalmente, os casos de dengue acompanham a população de mosquitos Aedes Aegypti, e tem uma sazonalidade importante porque a população aumenta principalmente no verão, quando a gente tem as maiores temperaturas e muita chuva — diz Denise Valle, pesquisadora do Laboratório de Medicina Experimental Fiocruz.
Além das ações adotadas pelo Governo do Estado e pelas prefeituras, a própria população precisa se comprometer em adotar os cuidados e medidas preventivas para reduzir a propagação da doença.
— Uma série de medidas que a gente pode tomar, que são medidas individuais e também coletivas. A gente sabe que de maneira geral de cada dez criadouros, oito estão dentro das casas das pessoas, então é importante que cada um se mobilize para cuidar dos seus espaços domésticos — reforça Denise.
Na capital Florianópolis as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti são contínuas, e seguem ao longo de todo o ano. Até setembro, a cidade acumulava 11.576 casos confirmados e 21 mortes confirmadas. Entre as estratégias usadas estão a do uso de mapas de calor, que indicam os locais com maior número de focos e casos.
— A partir de outubro, é um período que provavelmente deve começar novamente a incidência de casos da doença. Então a gente começa a montar novamente os mapas de calor e trabalhar em cima dessas áreas quentes — afirma Claudemir Martins, coordenador de campo.
O Governo do Estado destaca que possui uma programação com os municípios, em que destaca aqueles que são prioritários, e pretende intensificar a vacinação nos municípios que recebem as doses para as crianças. Ainda, uma campanha busca conscientizar as pessoas a limparem o seu ambiente.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) afirma que as ações de limpeza das casas por parte da população devem continuar, em conjunto com a atuação dos agentes de combate a endemias e comunitários de saúde, que auxiliam na identificação e eliminação de focos do mosquito.
— No ano passado tivemos o pico da doença em abril e maio, esse ano iniciou em fevereiro e agora a epidemiologia está prevendo a antecipação entre novembro e dezembro, provavelmente com o pico em janeiro e fevereiro. Então estamos preparando a rede, dialogando com os municípios, mas iremos reforçar agora uma campanha nas mídias para pedir que a população nos ajude, já que 70% e 80% dos focos estão dentro das casas. O poder público vai até um ponto, em ações como nós estamos fazendo com o Detran, limpando pátios, mas a gente precisa da colaboração de todos — alerta o secretário de Estado da Saúde, Diogo Dermarchi Silva.
Por conta das condições climáticas, que estão favoráveis à reprodução do mosquito, há risco de aumento dos casos de doenças transmitidas pelo vetor, como dengue, chikungunya e zika vírus, nas próximas semanas.
Entre as ações desenvolvidas pela SES ao longo de 2024, estão a distribuição e aplicação de inseticidas, capacitação de equipes, visitas e reuniões técnicas, criação de comitês para análise de óbitos relacionados a zoonoses e a ampliação de leitos hospitalares.
A Secretaria também solicitou ao Ministério da Saúde a expansão da vacinação contra a dengue para outras regiões do Estado para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, e o aumento do financiamento para agentes de combate às endemias (ACE).
Fonte NSC Total
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