Apaixonado pelo clima desde a infância, Cleiber Ebertz monitora condições meteorológicas e auxilia na previsão do tempo na região
TVGC
Última atualização: 2025/01/29 11:13:11No interior de Belmonte, mais precisamente na comunidade de Linha Santo Isidoro, um jovem tem chamado a atenção pelo seu trabalho na área da meteorologia. Cleiber Ebertz, formado em Geografia e pós-graduando em Climatologia, mantém uma estação meteorológica própria e registra dados precisos sobre o clima local. Seu interesse pelo tema começou na infância e se consolidou com o tempo, levando-o a desenvolver um sistema de monitoramento eficiente e tecnológico.
Segundo Cleiber, sua curiosidade pelo clima surgiu ainda na infância e pode estar ligada a um episódio vivido por sua mãe durante a gravidez. “Minha mãe se assustou com um temporal muito forte enquanto estava grávida de mim. Desde criança, eu sempre observei as nuvens e acompanhei o tempo. Acredito que esse episódio pode ter influenciado esse interesse tão grande pela meteorologia”, conta.
O gosto pelo estudo do clima se aprofundou com o passar dos anos. Desde os 12 anos, Cleiber registrava manualmente os volumes de chuva com um pluviômetro. Hoje, sua estação meteorológica faz esse trabalho automaticamente, enviando dados para a internet e criando gráficos detalhados sobre precipitação, temperatura, umidade, radiação solar e velocidade do vento.
A estação utilizada por Cleiber é um equipamento profissional importado dos Estados Unidos, adquirida por meio de um fornecedor especializado em Minas Gerais. O sistema registra informações em tempo real e permite um monitoramento detalhado das condições meteorológicas. “A precisão dessa estação é muito superior à de um simples pluviômetro ou termômetro comum. Ela consegue medir não apenas a chuva, mas também fatores como a intensidade dos ventos, o que é essencial para prever tempestades”, explica.
Recentemente, durante uma forte tempestade na região, a estação registrou rajadas de vento que chegaram a 93 km/h. Essas informações são valiosas tanto para a população quanto para setores como a agricultura, que dependem do acompanhamento climático para planejamento de safras e colheitas.
A relação entre clima e produtividade agrícola é um dos pontos que Cleiber mais destaca em seu trabalho. “A última safra foi perfeita, com chuvas bem distribuídas. Entre agosto e dezembro, tivemos cerca de 1.200 mm de precipitação, o que contribuiu para uma ótima produtividade do milho e do tabaco. No entanto, quando há períodos prolongados de seca, as perdas são inevitáveis”, comenta.
Além disso, ele reforça a importância de mais municípios investirem em estações meteorológicas para aprimorar a previsão do tempo e auxiliar no planejamento agrícola. “Se cada localidade tivesse seu próprio monitoramento, seria possível prever com maior precisão onde as pancadas de chuva vão se formar, auxiliando desde agricultores até autoridades que precisam lidar com fenômenos climáticos extremos”, argumenta.
Mesmo já sendo uma referência local no assunto, Cleiber busca constantemente aprimorar seus conhecimentos. Após se formar em Geografia, decidiu ingressar em uma pós-graduação em Climatologia na Universidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. “O mercado para meteorologia ainda é pequeno na região, mas deveria ser mais valorizado, especialmente pelas cooperativas e pelo setor agrícola”, afirma.
O trabalho de Cleiber já chamou a atenção de especialistas da área, como o renomado meteorologista Piter Scheuer, que esteve em sua propriedade para conhecer sua estação e discutir sobre o tema. “Poucas pessoas se aprofundam no tema da meteorologia na nossa região. Muitos perguntam sobre o tempo e acumulados de chuva, mas poucos realmente estudam e buscam entender os fenômenos”, explicou.
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