Kirk Lauschner, único membro da Mensa no município, fala sobre a realidade de autistas superdotados e a importância do diagnóstico precoce
TVGC
Última atualização: 2025/02/07 10:19:30Em entrevista à TVGC, o advogado Kirk Lauschner compartilhou sua trajetória como autista superdotado e trouxe estatísticas sobre a presença dessas condições em São Miguel do Oeste. Segundo ele, estima-se que cerca de mil pessoas no município sejam autistas, com aproximadamente 30% a 40% desses indivíduos também apresentando superdotação.
Kirk, que foi diagnosticado com autismo aos 45 anos e com superdotação aos 50, ressaltou a importância da identificação precoce. “O autismo, assim como a superdotação, são espectros. Você não tem um local específico para situar a pessoa dentro dele. Algumas coisas podem ser mais difíceis, outras não”, explicou.
O advogado destacou a forma como os autistas percebem o ambiente ao seu redor. “O autista absorve todas as informações ao seu redor de um jeito que não controla. Por exemplo, se tem um ar-condicionado soprando de um lado, eu percebo a diferença de temperatura e isso pode ocupar toda a minha atenção. Da mesma forma, sons repentinos, como uma sirene, podem me tirar completamente da linha de raciocínio”, descreveu.
Além disso, Kirk abordou a questão da superdotação, que muitas vezes é mal compreendida. “Superdotação também é um espectro. Tem base genética, assim como o autismo. O superdotado não escolhe ser assim, e muitas vezes, se pudesse escolher, talvez não optasse por isso. Sem suporte adequado, a superdotação pode ser um fardo”, pontuou.
O advogado também mencionou que São Miguel do Oeste conta com uma população expressiva de superdotados e que há potencial para que esses talentos sejam melhor aproveitados. “Se conseguirmos identificar essas pessoas e oferecer suporte, podemos formar profissionais excepcionais para diversas áreas, como engenharia, medicina, direito, e tantas outras”, afirmou.
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