Vereadora do PT faz balanço dos primeiros meses na Câmara de São Miguel do Oeste, questiona burocracias e cobra execução correta de emendas parlamentares
TVGC
Última atualização: 2025/04/10 5:30:01A vereadora Ana Flávia Moreira (PT), de São Miguel do Oeste, avalia de forma positiva os primeiros meses de sua legislatura na Câmara de Vereadores. Em entrevista à TVGC, ela destacou o caráter participativo do seu mandato, a atuação próxima da comunidade e o compromisso com temas sensíveis como saúde mental, juventude e fiscalização de recursos públicos.
“Eu vejo muito meu mandato como um mandato mais atuante fora da Câmara. A gente ouve as áreas de interesse, chama no centro, vai até as localidades, escuta o que a população tem a dizer e transforma isso em propostas concretas”, afirmou. Segundo a vereadora, esse contato direto permite filtrar denúncias, apurar as duas versões e buscar soluções reais: “Eu gosto de ir até os locais, ouvir todos os lados e entender as burocracias, porque os serviços públicos nem sempre funcionam no tempo que a população deseja.”
Um dos destaques da entrevista foi a revelação de uma possível falha na destinação de emenda parlamentar de R$ 500 mil, destinada ao centro comunitário do bairro Vila Nova. “Fizemos um requerimento de informação e descobrimos que a emenda está vinculada à prefeitura para outro fim. Fomos até o bairro e vimos a necessidade real de um espaço para reuniões, até mesmo para velórios. Estamos averiguando o caso”, revelou Ana Flávia.
Sobre a atuação na Câmara, a vereadora declarou adotar um estilo mais direto e resolutivo, dispensando em muitos casos o uso de indicações formais. “Eu prefiro ir direto ao secretário. Todos os que conversei até agora foram solícitos e resolveram. Se não resolverem, aí sim faço uma indicação. O que importa é resolver o problema da população, não o número de indicações registradas”, argumentou.
Ana Flávia também comentou a importância de projetos legislativos bem fundamentados: “Não gosto de propor por propor. Gosto de estudar, ver a eficácia, entender o impacto. Fazer uma lei redonda, que não precise ser remendada depois.”
Na área da saúde, a vereadora levantou preocupações sobre a saúde mental no município e apresentou requerimento de informação à prefeitura. “Eles confirmaram que a fila para atendimento psicológico está grande. Estão estudando a contratação coletiva de profissionais. É um tema urgente — em 2024, foram cerca de 500 mil afastamentos no Brasil por saúde mental, sendo 33 mil em Santa Catarina”, alertou.
Ela também mencionou a necessidade de respeitar e ouvir as diferentes tribos juvenis, como os jovens que praticam esportes radicais. “Quando o vereador Borghetti sugeriu uma pista de grau, vieram vários jovens na Câmara. Isso mostra que essa é uma demanda real. As pessoas têm que ser respeitadas em suas individualidades”, comentou.
Sobre o clima político na Casa Legislativa, a vereadora elogiou o respeito entre parlamentares de diferentes partidos. “Na plenária é uma coisa, fora dela é outra. Somos colegas de trabalho. O discurso é de que o que for bom para o povo será aprovado, independentemente de partido. Vamos ver se isso se mantém na prática.”
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