Especialistas alertam para a importância do ambiente, sinais de prontidão e apoio profissional durante todo o processo de alimentação infantil
TVGC
Última atualização: 2025/05/02 2:50:04Durante uma entrevista promovida pela TVGC, a fonoaudióloga Amanda Lupatini, a nutricionista Graciele Marczinski e a terapeuta ocupacional Graziele Ghizzi abordaram, de forma conjunta e esclarecedora, os principais desafios e cuidados relacionados à introdução alimentar e à seletividade alimentar em crianças. As profissionais destacaram a importância de respeitar o tempo de cada bebê, observar os sinais de prontidão e garantir um ambiente calmo e acolhedor no momento das refeições.
“Após os seis meses, a criança precisa mostrar sinais de prontidão, como sentar com apoio, ter interesse pelo alimento e levar objetos à boca”, explicou a nutricionista Graciele Marczinski. Já a terapeuta ocupacional Graziele Ghizzi reforçou que “o ambiente deve ser tranquilo, com poucos estímulos visuais, para que a criança possa focar no alimento e vivenciar o momento da refeição como uma experiência sensorial completa”.
Amanda Lupatini destacou que a introdução alimentar deve ser leve, sem pressões, e que a ansiedade dos pais pode impactar negativamente o processo. “O tom de voz da mãe, o nervosismo… tudo isso a criança percebe. Ela precisa se sentir segura e respeitada em seu tempo”, afirmou. A fonoaudióloga também alertou para o uso de telas durante as refeições: “Se a criança está assistindo à galinha pintadinha, ela não está prestando atenção no que come. Isso não é alimentação, é automatismo”.
Outro ponto central da conversa foi a atuação em equipe. “O ideal é um acompanhamento com fonoaudióloga, terapeuta ocupacional, nutricionista e psicólogo. Cada profissional trabalha um aspecto importante do desenvolvimento alimentar”, disse Graziele Ghizzi. Amanda completou: “Se a criança mastiga, mas não engole, pode haver uma questão de sensibilidade oral. A gente precisa investigar e estimular de forma adequada, com massagem, estímulos térmicos e gustativos”.
Sobre o comportamento dos pais, Graciele Marczinski fez um alerta importante: “Forçar a criança a comer é um erro. A criança tem um estômago pequeno, ela sabe quando está satisfeita. A refeição deve ser um momento prazeroso, com toda a família à mesa”. E, para evitar a seletividade, recomendou: “Incentivem a criança a interagir com o alimento. Deixem-na participar da preparação, sentir o cheiro, tocar, experimentar. Isso ajuda a desenvolver o interesse”.
As especialistas também desmistificaram a relação direta entre seletividade alimentar e autismo. “Nem toda criança seletiva é autista, e nem toda criança autista tem seletividade alimentar”, reforçou Amanda.
A entrevista encerrou com orientações práticas para famílias e educadores. “Apresente o prato separado, respeite a postura e nunca alimente a criança no colo. Cada pequeno gesto influencia no desenvolvimento da relação dela com a comida”, concluiu Graziele Ghizzi.
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