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Pajé Muká finá compartilha cultura e medicina tradicional do povo Shanenawa em São Miguel do Oeste

Segundo o líder espiritual, sua missão tem como objetivo disseminar conhecimentos ancestrais e contribuir para o bem-estar físico, mental, emocional e espiritual das pessoas.

TVGC

Última atualização: 2025/06/23 5:51:43

O pajé Muká finá, representante do povo indígena Shanenawa, do Acre, esteve em São Miguel do Oeste cumprindo uma missão cultural, espiritual e medicinal. Em sua passagem pela cidade, ele realizou palestras em escolas e conduziu cerimônias tradicionais com uso de medicinas sagradas da floresta, como o rapé e a ayahuasca, também chamada por seu povo de Uni.

Segundo o líder espiritual, sua missão tem como objetivo disseminar conhecimentos ancestrais e contribuir para o bem-estar físico, mental, emocional e espiritual das pessoas. O pajé afirmou que o trabalho que realiza é voluntário, com contribuições simbólicas feitas por participantes que ajudam a custear despesas de viagem e estadia.

Nas palestras realizadas em educandários da região, o pajé abordou temas como a valorização dos povos originários, a preservação da natureza e os usos tradicionais das medicinas indígenas. Ele explicou que o rapé, um pó produzido a partir de plantas nativas, é utilizado como tratamento natural para sintomas como rinite, sinusite, dor de cabeça, estresse, ansiedade e até dependência química. Relatou, inclusive, que algumas pessoas conhecidas nacionalmente procuraram o povo Shanenawa em busca de tratamentos alternativos.

Durante a estadia na região, Muká finá também participou de cerimônias em locais como o município de Descanso. Os encontros foram organizados em espaços alugados para receber os participantes interessados na espiritualidade e nas práticas tradicionais de cura. Antes das cerimônias, é feita uma triagem com cada pessoa para garantir o acompanhamento adequado.

Para o pajé, a medicina tradicional atua como ferramenta de autoconhecimento e reconexão com aspectos espirituais e emocionais, auxiliando em questões como depressão, ansiedade e traumas relacionados a mágoas ou ausência de perdão. “O perdão é uma medicina. Quando a pessoa começa a praticar o perdão, ela deixa o passado para trás e começa a viver o presente”, afirmou.

O mesmo também destacou que as cerimônias são abertas a qualquer pessoa que tenha interesse em conhecer a medicina sagrada, desde que participe previamente de uma conversa de orientação. Após concluir sua passagem por São Miguel do Oeste, o pajé seguiu para outras regiões do país, dando continuidade à chamada “Primeira Turnê Cultural Medicinal Escola Espiritual Shanenawa”.

O nome Shanenawa significa “Povo do Pássaro Azul”. A presença do pajé na região sul faz parte de uma caminhada iniciada há mais de duas décadas, levando os saberes tradicionais dos povos originários a diferentes comunidades no Brasil e no exterior.

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