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De frente com Ivânia, Silvia Castelli!

Professora, terapeuta e escritora, Silvia Castelli transforma dor em literatura ao lançar “Reflexos de Dor: Mulheres Vítimas de Agressores”

Ivânia Fátima Cadore.

Última atualização: 2025/08/12 8:55:32

Professora, terapeuta e escritora, Silvia Castelli transforma dor em literatura ao lançar “Reflexos de Dor: Mulheres Vítimas de Agressores”, obra que nasce de anos de escuta e observação sobre a violência doméstica, com o propósito de dar voz a quem sofre em silêncio e inspirar mudanças na forma como a sociedade encara o tema.

De frente com Ivânia, Silvia Castelli!

1- Comente um pouco da sua vida?

Me chamo Silvia, sou Professora, Terapeuta e Escritora. Formei-me em Letras Português/Inglês na Unipar Cascavel, quando tive o despertar da escrita. Apaixonada pela Linguística, sou observadora e me encanto com a boa pronuncia e escrita.

2- O que te desafiou a ser uma escritora?

Esse desafio surgiu aos poucos, confesso que ser escritora, era um sonho impossível. Como gosto de escrever, utilizo as palavras como desabafo e costume registrar o que penso. Foi assim que surgiu Reflexos de Dor: Mulheres Vítimas de Agressores.

Depois de uma grande perda na minha vida, eu escrevia para me sentir acolhida e durante quatro anos, eu registrei muitas informações sobre o assunto, porém só em agosto de 2024, eu decidi organizar todo o material e criar um livro.

3- Por que esse tema?

Como terapeuta, atendi diversas mulheres que sofreram violência doméstica. O assunto, embora bastante discutido, ainda é um tabú que muitas pessoas preferem ignorar.

Este livro nasceu do silêncio. Do silêncio de tantas mulheres que sofrem caladas, da dor invisível que se esconde atrás de sorrisos forçados, da vergonha, do medo, da violência que, muitas vezes, é naturalizada ou até ignorada. Nasceu da escuta atenta, da observação e, sobretudo, do desejo de dar voz a quem precisa ser ouvida.

“Reflexos de Dor” não é apenas um título. É um espelho — que reflete cicatrizes, mas também resistência. Cada página carrega histórias que, embora duras, são reais. Histórias que nos lembram da urgência de olhar para a dor com empatia, de falar sobre o que dói, de transformar sofrimento em força.

4- Deve ter desafios, metas e objetivos para trazer um tema de reflexão?

Esse livro não é só denúncia. Ele é também um convite. Um convite à reflexão, à acolhida e, principalmente, à mudança. Porque quando entendemos os mecanismos da violência, podemos começar a desmontá-los. Quando reconhecemos nossos próprios limites, conseguimos também apoiar outras mulheres no processo de libertação. Tudo isso pra não chegar a situações como da Juliana Garcia, que foi espancada no elevador com 60 socos no rosto.

Eu escrevi com o coração e entrego não apenas um livro, mas um pedaço da minha missão. Que essas palavras possam tocar, inspirar, alertar — e, quem sabe, salvar.

5- Além do conhecimento, ler bastante. Qual a mensagem que a Senhora trás para novas gerações?

Eu costumo dizer que atualmente, as pessoas leem muito, mas infelizmente, nem sempre é uma leitura com bom conteúdo. Como professora, eu sugiro a leitura dos Clássicos da Literatura, pois dessa forma, é possível adquirir um bom discurso. É cansativo, sim, eu sei, mas todo objetivo necessita de uma dose de desafio.

E quanto ao tema: Peço que as pessoas tenham mais empatia uns com os outros, e, principalmente com as mulheres. Agressão só traz prejuízo, físicos e emocionais, sem contar que muitas vezes pode por em risco a vida de uma mulher. Desejo que as mulheres consigam identificar quando o perigo está surgindo e entender que “se dói, não é amor”.

Compreendo que muitas vezes é difícil dar um basta em um relacionamento abusivo, mas saiba que é mais difícil continuar convivendo com esse problema.

6- Uma frase:

“Alguns ciclos precisam de tempo, outros precisam de fim.”

Agradeço a sua atenção!

Carinhosamente

Ivânia Fátima Cadore.

 

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