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Preço do leite preocupa produtores e sindicatos sugerem intervenção

Os agricultores recebem entre R$ 1,70 e R$ 2,15 por litro, enquanto o custo médio calculado pela federação é de R$ 2,32

Redação TVGC

Última atualização: 2025/11/18 9:51:34

Em entrevista à TVGC, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Lírio Wathier, afirmou que o preço pago ao produtor de leite na região já não cobre os custos de produção e provoca uma crise que ameaça a continuidade da atividade. Wathier explicou que os agricultores recebem entre R$ 1,70 e R$ 2,15 por litro, enquanto o custo médio calculado pela federação é de R$ 2,32. Para que o setor volte a operar sem prejuízo, a entidade defende que o valor mínimo fique entre R$ 2,50 e R$ 2,60.

A mobilização sindical ganhou força com moções aprovadas nas câmaras de São Miguel do Oeste, Paraíso, Bandeirante e Barra Bonita, além de documentos já enviados à Assembleia Legislativa e entregues diretamente a deputados durante agendas recentes. Wathier destacou que relatos sobre reidratação de leite em pó têm gerado preocupação adicional entre os produtores, que enfrentam concorrência desleal somada à chegada constante de leite importado.

A Fetaesc, entidade à qual os sindicatos locais são filiados, é apontada como responsável por articular a mobilização estadual. A federação representa 283 sindicatos em 201 municípios e discute, junto às federações do Paraná e do Rio Grande do Sul, a possibilidade de uma paralisação conjunta dos três estados do Sul. A avaliação é que ações isoladas, como pequenos protestos municipais, não provocam impacto suficiente para chamar a atenção das autoridades e da mídia nacional. Uma mobilização robusta, envolvendo milhares de produtores, é vista como caminho para pressionar o governo e o setor industrial.

O sindicato também alerta para a retração no comércio local e para o risco crescente de êxodo rural. Com custos altos e preços defasados, muitos agricultores reduzem gastos ao mínimo, o que afeta diretamente lojas, prestadores de serviço e até a arrecadação municipal. Jovens que poderiam permanecer na atividade desistem ao observar a dificuldade das famílias em manter a produção, especialmente diante da necessidade de investir em máquinas, infraestrutura e insumos cada vez mais caros.

A diretoria lembra ainda que as negociações devem avançar até Brasília. Entre as propostas em debate estão compras governamentais para formação de estoques e revisão das regras de importação. O setor questiona por que, após cumprir rigorosas normativas sanitárias exigidas internamente, os produtores precisam competir com leite de países que podem operar com padrões distintos.

O sindicato reforça que vereadores, prefeitos e deputados precisam agir com urgência, antes que a crise comprometa de forma irreversível a atividade leiteira. A entidade afirma estar pronta para participar de mobilizações regionais e nacionais e seguirá pressionando por medidas estruturais que permitam aos produtores continuar abastecendo o país e garantindo a economia das comunidades rurais.

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