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Operação Dark Bet derruba plataformas de apostas ligadas ao tráfico humano

Investigação da Polícia Federal aponta uso de bets para aliciamento de brasileiros e bloqueia mais de R$ 446 milhões

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Última atualização: 2025/12/16 2:11:47

Duas plataformas de apostas esportivas foram retiradas do ar após serem identificadas pela Polícia Federal como instrumentos de aliciamento de brasileiros para o tráfico internacional de pessoas. A ação integra a Operação Dark Bet, deflagrada nesta terça-feira (16), com o cumprimento de mandados judiciais em Santa Catarina, Ceará, Maranhão, Paraná e São Paulo, além de prisões realizadas no exterior.

Ao todo, cinco suspeitos foram presos na Nigéria, entre eles dois brasileiros. No Brasil, a Justiça autorizou o cumprimento de 11 mandados de busca e apreensão e o bloqueio de bens que somam mais de R$ 446 milhões, valor considerado estratégico para desarticular financeiramente a organização criminosa investigada.

Segundo a PF, a quadrilha utilizava redes sociais e plataformas digitais para recrutar vítimas, oferecendo salários elevados e supostas oportunidades de trabalho em empresas ligadas ao setor de jogos on-line. No entanto, após chegarem ao exterior, os trabalhadores eram submetidos a condições degradantes, com jornadas exaustivas, retenção de documentos, restrição de liberdade, vigilância armada e imposição de dívidas, configurando um cenário típico de tráfico humano e trabalho análogo à escravidão.

As investigações indicam que as vítimas brasileiras foram formalmente contratadas por uma empresa de apostas que operava duas plataformas de bets no território nacional, agora derrubadas por determinação judicial. A Polícia Federal afirma que a operação segue em andamento, com o objetivo de identificar outros envolvidos e ampliar o alcance das medidas de responsabilização criminal e patrimonial, reforçando o cerco a estruturas digitais usadas para crimes transnacionais.

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