Brasil superou a barreira de 175 mil mortes
A pandemia do novo coronavírus provocou mais de 1,5 milhão
de mortes no mundo e está se acelerando nos Estados Unidos, que bateu o recorde
de casos diários, assim como no Brasil, que superou a barreira de 175 mil
mortes, enquanto vários países preparam os planos para uma vacinação em larga
escala.
Desde que a pandemia foi detectada na China em dezembro de
2019, o planeta registra 65.084.394 casos e 1.504.984 mortes, de acordo com o
balanço atualizado pela AFP nesta sexta-feira (4), com base em números oficiais
dos países. E, desde 24 de novembro, a média mundial supera 10 mil mortes por
dia, um nível que nunca havia sido registrado.
País mais afetado com 276 mil óbitos provocados pela
Covid-19, os Estados Unidos registraram na quinta-feira mais de 210 mil
contágios em 24 horas, o recorde absoluto desde o início da pandemia, apontam
dados da Universidade Johns Hopkins.
Na Califórnia, as internações aumentaram 86% nos últimos 14
dias, informou o governador Gavin Newsom, que anunciou a proibição de reuniões
e de atividades não essenciais para evitar o colapso dos hospitais.
As autoridades de saúde dos Estados Unidos advertiram que as
viagens de milhões de americanos pelo Dia de Ação de Graças na semana passada
poderiam provocar um aumento expressivo de casos – um “novo surto além do
surto atual”, como afirmou o imunologista Anthony Fauci.
Fauci, membro da unidade de crise de coronavírus da Casa
Branca, mas alvo de ataques do presidente Donald Trump, foi convidado pelo
presidente eleito Joe Biden para trabalhar com sua equipe de combate ao novo
coronavírus.
Dezembro complicado no Brasil
Na quinta-feira, o Brasil registrou mais de 700 mortes em um
dia pela primeira vez desde meados de novembro e superou a barreira de 175 mil
vítimas fatais, de acordo com os números oficiais.
“Muito provavelmente esse aumento (em casos e mortes)
deve continuar e se intensificar durante os feriados de Natal e Ano Novo.
Teremos um dezembro complicado, mas janeiro tende a ser nitidamente pior”,
declarou à AFP o infectologista Julio Croda, da Universidade de Mato Grosso do
Sul (UFMS).
O estado de São Paulo reverteu seu processo de
flexibilização na semana passada, e um comitê científico recomendou nesta
semana que o Rio de Janeiro feche todas as escolas e proíba a permanência das
pessoas nas praias, entre outras medidas. Desde o início da pandemia, o
presidente Jair Bolsonaro questiona as ações preventivas, por seu impacto na
economia.
O México registra mais de 107 mil mortes. E as internações
permanecem em alta na capital. O Panamá (171.219 casos e 3.141 mortos)
registrou na quarta-feira 2.028 novos contágios, um recorde em um país de pouco
mais de quatro milhões de habitantes.
Vacinação a ponto de começar
O Reino Unido superou a marca de 60 mil mortes, e o governo
anunciou o início da vacinação na próxima semana para os residentes e
funcionários de casas de repouso. Na quarta-feira, o país foi o primeiro no
mundo a aprovar o uso da vacina desenvolvida pelos laboratórios Pfizer e
BioNTech.
A agência reguladora de medicamentos britânica se defendeu
nesta sexta-feira das críticas a sua rápida aprovação da vacina
Pfizer/BioNTech.
“Nenhuma vacina seria autorizada no Reino Unido se não
cumprisse as normas de segurança, qualidade e eficácia”, afirmou a Agência
Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA, na sigla em inglês) em um
comunicado. “Todas as vacinas são submetidas a testes clínicos sólidos que
atendem às normas internacionais”, acrescenta a nota.
Ontem, o imunologista americano Anthony Fauci disse que a
MHRA “precipitou a aprovação”. Mais tarde, porém, pediu desculpas:
“Tenho grande confiança no que o Reino Unido está fazendo, tanto
cientificamente quanto em termos de regulamentação”, declarou à rede BBC.
Tanto Pfizer/BioNTech quanto Moderna – que prevê
disponibilizar entre 100 milhões e 125 milhões de doses de sua vacina contra a
covid-19 no primeiro trimestre de 2021, a grande maioria para os Estados Unidos
– solicitaram a aprovação da Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla
em inglês) americana.
Em caso de autorização, as duas vacinas poderão estar
disponíveis no país antes do fim do ano. Biden e os ex-presidentes americanos
Barack Obama, George W. Bush e Bill Clinton anunciaram que estão dispostos a
tomar a vacina em público para estimular seus compatriotas a fazerem o mesmo.
Na Rússia, o presidente Vladimir Putin pediu que a vacinação gratuita em larga
escala comece no fim da próxima semana.
Desenvolvida pelo centro de pesquisas Gamaleya de Moscou, a
vacina Sputnik V está na terceira e última fase de testes clínicos, com a
participação de 40 mil voluntários. Os cientistas que desenvolveram a vacina
russa afirmam que tem 95% de eficácia, assim como a da Pfizer/BioNTech.
Suécia fecha escolas
Na Europa, há situações díspares. A Itália registrou o
recorde de quase 1 mil mortes em 24 horas, e o governo anunciou medidas mais
rígidas para os deslocamentos durante as festas de fim de ano. Na França, onde
a covid-19 provocou mais de 300 mortes em 24 horas, mas que observa uma redução
do número de pacientes em CTI, a vacinação será gratuita para todos, anunciou o
primeiro-ministro Jean Castex.
Na Bélgica, o governo também anunciou a intenção de começar
a vacinar os mais vulneráveis em janeiro. Na República Tcheca, lojas,
restaurantes e museus reabriram na quinta-feira. A Grécia decidiu prolongar o
confinamento por mais uma semana, depois que o governo considerou as taxas de
infecção ainda elevadas.
Na Suécia, que decidiu fechar as escolas do ensino médio por
um mês, a segunda onda da epidemia está no ponto máximo, depois que o país
aplicou, de início, uma estratégia essencialmente não coercitiva. Nesta
sexta-feira, o comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados por 12
meses devido à pandemia do novo coronavírus e previstos para julho de 2021,
anunciou que o evento terá um custo adicional de 267 bilhões de ienes (US$ 2,4
bilhões).
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