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Parada histórica e abandonada é restaurada em Guaraciaba

A estrutura construída na década de 60 foi esquecida e abandonada após a mudança no traçado da BR-163. Espaço construído em honra a São Cristóvão, padroeiro dos motoristas e viajantes, foi restaurado pela Cooperativa Coacig

Última atualização: 2020/12/02 11:52:22



Um local cheio de história e agora restaurado. Essa é a Parada São Cristóvão, que estava esquecida e abandonada, em Guaraciaba. Localizada no antigo traçado da BR-163, nas proximidades do segundo trevo de Guaraciaba, a estrutura estava em ruínas, esquecida. O espaço serviu de aporte para orações, descanso e água potável para muitos motoristas que desbravaram as estradas ainda precárias no passado.

Para contarmos essa história, precisamos voltar 58 anos no passado, na década de 60. À época a BR-163 era apenas uma estrada de terra, com um traçado diferente em alguns pontos. Inspirados em monumentos vistos no Rio Grande do Sul, os caminhoneiros Albino Bianchi e Arlindo Bussolaro, pioneiros de Guaraciaba, sentiram a necessidade de construir algo parecido na região. Um espaço que pudesse ser um ponto de parada, descanso e oração.

A construção iniciou em 1962, em área doada por Antonio Simioni, e com auxílio financeiro de famílias de Guaraciaba. A imagem do Santo São Cristóvão foi comprada e trazida de São Paulo, por Isidoro Bussolaro. A festa de inauguração ocorreu em 1963, com procissão e missa rezada pelo padre Bernardo Gemini. Dois anos depois, Gemini foi substituído por padre Alfredo Kasper, que continuo com as celebrações a cada ano, com apoio da comunidade e jovens que faziam as ornamentações.

Entretanto, na década de 1980, houve mudança no traçado da BR-163, e o espaço passou a ficar em área privada. Pela falta de uso e manutenção, foi desativado. Em ruínas, o local, esquecido da maioria, foi descoberto após a empresa Coacig alocar uma área próxima. Durante o trabalho de adequação do espaço, o diretor comercial da Cooperativa, Joares Arcanjo Scalco, encontrou o monumento e conversou com Pedro Simioni, filho de Antonio Simioni, sobre a ideia da restauração. Pedro concordou e os trabalhos iniciaram, tentando manter a maior fidelidade possível à antiga estrutura.


 A RESTAURAÇÃO

Segundo Joares Scalco, no momento em que encontrou o monumento entendeu que seria importante a restauração. “Nos sentimos muito bem por estarmos aqui. É um local de oração, um local histórico, é um local que tem toda uma trajetória, desde os nossos antepassados que trafegavam por esse local. E naquele momento que a gente se deparou com isso, algo ‘nos brilhou’ e entendemos de que também não era por acaso que naquele momento estávamos na frente desse local, com a possibilidade de poder contribuir para que ele restaurasse e ficasse da forma que está hoje”, comenta. “Ele não é nosso, é um patrimônio da nossa região, do nosso município, de todas as pessoas que aqui queiram descansar, fazer seu agradecimento. É um local santo”, conclui.

José Carlos Bianchi, filho de Albino Bianchi, ficou emocionado com a restauração. “É uma alegria muito grande, era o sonho do meu pai. Ele sempre lutou por isso”, afirma. Pedro, filho de Antonio Simioni, também enalteceu a ação de restaurar um espaço histórico. “Isso aqui foi muito sofrido para construir. Acho que ele (Antonio Simioni) está muito contente com isso, porque ele gostava muito daqui, principalmente ele, o Albino Bianchi e o Bussolaro”, relembra.

No domingo, dia 29, houve a benção da imagem do Santo São Cristóvão, na Igreja Matriz. Após a imagem seguiu em procissão em veículo aberto até o local, acompanhado de uma carreata com mais de 100 veículos. 



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