Peritos da Polícia Civil começam a identificar os detalhes de roubo violento no Sul de Santa Catarina
(Foto: Diorgenes Pandini/Diário Catarinense) As primeiras investigações em busca da quadrilha que assaltou
uma agência do Banco do Brasil em Criciúma na madrugada de terça-feira (1º)
indicam que os criminosos ficaram na cidade no Sul de SC por pelo menos três
meses. A estadia durante esse tempo teria servido para que eles preparassem a
ação.
A informação foi revelada pelo perito-geral do Instituto
Geral de Perícias (IGP) de Santa Catarina, Giovani Eduardo Adriano, em
entrevista ao Diário Catarinense na noite de terça. Giovani coordena o trabalho
da equipe do IGP que atua na investigação junto com a Polícia Civil.
— Não é uma coisa que aconteceu da noite para o dia [o
planejamento do assalto]. Nós temos uma expectativa de que eles já estavam na
região pelo menos há 3 meses se organizando para praticar esse crime —
declarou.
Questionado pela reportagem sobre quais indícios apontavam
para essa hipótese, Giovani afirmou, sem dar mais detalhes, que “tem algumas
coisas que estão nos levando a chegar a essa conclusão inicial”. Ele ponderou,
no entanto, que a confirmação dessa suspeita ainda depende do desenrolar da
investigação policial.
A quadrilha de assaltantes promoveu uma noite de terror em
Criciúma. Conforme a polícia, cerca de 30 homens encapuzados atuaram no assalto
à agência bancária. A ação teve início no fim da noite de segunda (30), por
volta das 23h50min, e se estendeu ao longo da madrugada desta terça.
Os criminosos provocaram incêndios, bloquearam ruas e
acessos à cidade, atiraram contra o Batalhão da Polícia Militar e usaram
pessoas como escudos – a polícia estima que entre 10 e 15 pessoas foram feitas
reféns, seis delas funcionários do Departamento de Trânsito e Transporte (DTT)
de Criciúma da Prefeitura de Criciúma que pintavam faixas.
Um policial militar ficou ferido. Ele voltava para o
batalhão quando foi baleado. O agente está internado em estado grave e passou
por três cirurgias.
Bandidos usaram explosivos e maçaricos para acessar
sala-cofre dentro do banco
Desde a madrugada de terça, peritos do IGP atuam dentro da
agência bancária alvo do assalto para entender a dinâmica da ação dos
criminosos e buscar vestígios que possam levar à identificação deles.
Segundo o perito-geral do IGP, Giovani Eduardo Adriano, os
assaltantes usaram explosivos e maçaricos para arrombar portas no interior do
prédio e chegar até uma sala-cofre onde estava armazenado o dinheiro que
buscavam. A quantia levada pelos bandidos não foi informada.
Ainda conforme Giovani, os peritos também encontraram “uma
série de vestígios biológicos” dos bandidos que estão sendo armazenados e serão
encaminhados ao laboratório central de Santa Catarina na tentativa de
encontrá-los.
Procedência dos veículos ainda é investigada
Dez carros usados pelo bando durante o assalto foram
encontrados pela polícia na cidade vizinha de Nova Veneza. Eles passaram por
uma perícia inicial, externa, e foram levados para a Divisão de Investigações
Criminais (DIC) de Criciúma para passarem por exame mais detalhado. A
procedência dos veículos ainda é investigada.
— A perícia vai fazer essa investigação. Nós vamos pegar os
chassis dos veículos e tentar identificar a origem deles. A gente não tem isso
ainda. Foi feito só um trabalho preliminar externo. Hoje ainda (terça) ou
amanhã (quarta), a gente vai conseguir afirmar se são veículos clonados ou
foram furtados em outras regiões do Brasil.

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