Das 36 amostras analisadas pelo Mapa, 47% delas contêm pragas que não existem no país; segundo a pasta, sementes colocam em risco a agricultura brasileira
O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento)
apontou que 47% das amostras de sementes analisadas, vindas de países
asitáticos, apresentam risco fitossanitário ao país. As sementes contêm pragas
que não existem no Brasil.
As análises são realizadas pelo LFDA-GO (Laboratório Federal
de Defesa Agropecuária em Goiás), referência em sanidade vegetal, e indicam que
parte das amostras contém a presença de mais de uma praga em seu conteúdo.
Após avaliação de risco fitossanitário, realizada pela área
técnica do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas do Mapa, foi
identificado que uma amostra continha a espécie Myosoton aquaticum, praga
ausente no Brasil.
Ela tem potencial para ser considerada quarentenária, ou
seja, com risco de se estabeler no país e de causar danos fitossanitários. Essa
espécie apresenta resistência a herbicidas, o que torna seu controle difícil. A
introdução dessa planta daninha no país pode ter impacto econômico negativo.
Até o momento, 36 amostras de pacotes de sementes não
solicitadas que chegaram via Correios foram analisadas. Os casos foram
registrados em 23 estados mais o Distrito Federal. Em Santa Catarina, o
primeiro caso ocorreu em Jaraguá do Sul, após um morador comprar itens de
decoração em um aplicativo asiático.
Em quatro amostras foram identificadas uma espécie
quarentenária ausente – Descurainia sophia – considerada como planta daninha
nos Estados Unidos e Canadá, além de planta invasora no México, Japão, Coreia,
Chile e Austrália. Já a Myosoton aquaticum é considerada daninha nos campos de
trigo da China.
Outras 15 amostras continham gêneros que têm espécies
quarentenárias ou espécies com potencial quarentenário, como sementes de
Cuscuta; de Brassica; de Chenopodium; de Amaranthus; e dos fungos Cladosporium;
Alternaria; Fusarium; e Bipolaris.
“Após análises laboratoriais, pode-se avaliar que a
introdução de material propagação (sementes ou mudas), mesmo em pequenas
quantidades, sem atender aos requisitos fitossanitários e de qualidade
estabelecidos pelo Mapa, coloca em risco a agricultura brasileira”, ressalta o
diretor do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas, Carlos
Goulart.
A importação de material de propagação vegetal, incluindo
sementes e mudas, é autorizada pelo Mapa somente das origens para as quais o
Brasil já tenha estabelecido exigências fitossanitárias que devem ser
atendidas.
As regras estabelecidas pelo Ministério se aplicam para
qualquer modalidade de compra e aquisição, incluído a compra eletrônica com
entrega via remessa postal.
1º caso em Santa Catarina
O primeiro relato do recebimento deste tipo de embalagem em
Santa Catarina foi registrado em Jaraguá do Sul, no Norte do Estado. Um homem
realizou a compra de um objeto de decoração pela internet e ao receber a
encomenda, recebeu também outro pacote contendo duas embalagens com as
sementes.
Já ciente desta ação em outros países, o cidadão procurou a
SAR (Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural)
que acionou a Cidasc para recolher as sementes.
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