Relatório foi recebido por Ricardo Roesler, presidente do TJSC e do tribunal misto de julgamento nesta manhã de quinta-feira (12) para distribuição entre os deputados e desembarcadores.
A desembargadora Rosane Portella Wolff, relatora do tribunal de julgamento do segundo processo de impeachment contra o governador Carlos Moisés (PSL) entregou na manhã desta quinta-feira (12) o parecer sobre a denúncia. Segundo o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), o relatório foi recebido por Ricardo Roesler, presidente do órgão e do tribunal misto.
A denúncia para o afastamento do governador foi aceita em outubro e aponta suspeita de participação do governador na compra milionária dos respiradores para tratamento da Covid-19. Ele nega qualquer envolvimento com o fato.
A Polícia Federal e a Justiça Federal também investigam a transação que custou ao Estado R$ 33 milhões. Sete dias depois de os deputados votarem por dar prosseguimento ao 2º pedido de impeachment, a PF afirmou que não encontrou elementos para incriminar Moisés.
O documento feito pela desembargadora deve ser publicado ainda nesta quinta no Diário Oficial da Assembleia Legislativa (Alesc). O conteúdo do parecer é sigiloso e não foi divulgado.
O texto também será distribuído aos demais integrantes do tribunal de julgamento. A data do julgamento do segundo pedido de impeachment ainda não foi anunciada.
O governador está afastado do cargo por conta do primeiro processo de impeachment contra ele. Nesse caso, o pesselista responde a um outro tribunal misto pelo aumento salarial dado aos procuradores do estado em 2019. Daniela Reihner (sem partido) assumiu o governo de forma interina.
Tribunal misto
O tribunal de julgamento é formado por cinco desembargadores, escolhidos por sorteio, e cinco deputados estaduais, escolhidos através de uma votação.
Representando a Alesc, participam os deputados Laércio Schuster (PSB), Valdir Cobalchini (MDB), Fabiano da Luz (PT), Marcos Vieira (PSDB) e José Milton Scheffer (PP). Do lado do TJSC, além da relatora, a comissão tem como representantes os desembargadores Luiz Zanelato, Sônia Maria Schmidt, Luiz Antônio Fornerolli e Roberto Lucas Pacheco.
Próximos passos
Do que se trata este segundo pedido de impeachment?
O segundo pedido de impeachment foi aceito pelos deputados em 3 de setembro. A denúncia foi apresentada à Alesc em 10 de agosto por 16 pessoas, entre advogados e empresários.
Os autores do pedido afirmaram que o governador cometeu crime de responsabilidade no episódio da compra dos 200 respiradores por R$ 33 milhões com dispensa de licitação e no processo de contratação do hospital de campanha de Itajaí, que acabou cancelado.
O pedido diz ainda que Moisés prestou informações falsas à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos respiradores e não adotou procedimentos administrativos contra os ex-secretários Helton Zeferino, da Saúde, e Douglas Borba, da Casa Civil, investigados no caso dos respiradores.
Denúncia contra Daniela foi arquivada
A princípio, a denúncia incluía também a agora governadora em exercídio Daniela Reinehr. Porém, a comissão especial da Alesc que analisou esse segundo pedido pediu arquivamento da parte relativa a ela. O relator do grupo, deputado Valdir Cobalchini (MDB), afirmou que não foram encontrados indícios do cometimento de crime de responsabilidade.
E o primeiro pedido de impeachment?
Na madrugada de sábado (24), o primeiro Tribunal Especial de Julgamento decidiu aceitar o primeiro pedido de impeachment contra Moisés, relativo ao aumento salarial dado aos procuradores do estado em 2019. Com isso, o governador será afastado do cargo na terça (27) por até 180 dias e haverá um julgamento dele.
A denúncia também envolvia a vice-governadora. Porém, o tribunal decidiu rejeitar a parte dela. Com isso, Daniela Reinehr assumirá na terça o governo de Santa Catarina interinamente, enquanto Moisés estiver afastado. Se o governador for condenado no julgamento, perde o cargo de forma definitiva.
deixe seu comentário