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Exame de sanidade mental de acusada de matar grávida de Canelinha será feito na quinta

Teste irá ocorrer no Instituto Geral de Perícias de Brusque, no Vale do Itajaí

Última atualização: 2020/10/21 8:17:10


Galpão de cerâmica onde o corpo foi encontrado em Canelinha — Foto: Mayara Vieira/ NSC TV


A acusada de matar a amiga grávida de 24 anos e roubar a bebê da barriga da vítima em Canelinha, na Grande Florianópolis, fará um exame de sanidade mental na quinta-feira (22). A mulher de 26 anos foi presa um dia após o crime e confessou o assassinato.

O teste será feito no Instituto Geral de Perícias (IGP) de Brusque, no Vale do Itajaí, às 9h30. O documento que liberou o exame foi assinado pelo juiz Luiz Fernando Pereira de Oliveira, da comarca de Tijucas, no dia 14 de setembro.

Ocorrido em 27 de agosto, o homicídio triplamente qualificado ocorreu na pequena cidade de pouco mais de 10 mil habitantes e causou repercussão nacional. Segundo as investigações da Polícia Civil, a acusada armou uma armadilha para a jovem e, em uma cerâmica abandonada, bateu com um tijolo na cabeça da vítima e cortou a barriga dela com um estilete para a retirada da bebê.

Após o crime, a acusada foi até o hospital da cidade e simulou um parto na estrada. Em depoimento, ela afirmou que as duas eram amigas e haviam estudado juntas na adolescência.

Exame

O pedido para o teste foi solicitado em 28 de agosto pela antiga defesa da acusada. No texto, foi pleiteado a instauração de incidente de sanidade mental por conta de histórico de abortos recorrentes da mulher.

Após o pedido, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) se manifestou contrário à solicitação. Segundo o órgão, não foi possível confirmar que a mulher se enquadra nos conceitos aceitos pela medicina como de mulher que teve abortos recorrentes.

Em depoimento para a Polícia Civil logo que foi presa, a acusada afirmou que sofreu um aborto oito meses antes do crime. Ela teria mantido o fato escondido da família e amigos, inclusive do marido, e roubado a bebê da amiga para criar.

Outro aborto, segundo o laudo do MPSC, ocorreu há sete anos. Além da vítima, a investigação indicou que outras grávidas foram abordadas pela mulher.

Ao G1 SC, a atual defesa da mulher disse que acredita que ela possa sofrer de distúrbios psíquicos. O advogado Rodrigo Goulart afirmou ainda que, se for comprovada que a mulher não era capaz de responder pelos próprios atos no momento do crime, “atuará para que o caso seja desaforado da Comarca de Tijucas, a fim de que ela tenha um julgamento justo”.

Esposo também foi enganado, diz MPSC

Além da acusada, o marido dela, de 44 anos, também foi preso um dia após o crime suspeito de compactuar com o homicídio. No dia 7 de outubro, porém, o MPSC pediu a revogação da prisão dele à Justiça por entender que o homem foi enganado pela mulher.

As novas conclusões dos promotores de Justiça Mirela Dutra Alberton e Alexandre Carrinho Muniz ocorreram após analisarem áudios e trocas de mensagens de celulares apreendidos e periciados. A polícia também analisou as conversas.

“As novas provas deixam claro que a mulher enganou o marido o tempo todo. Ela se aproveitava da circunstância de o marido trabalhar em outra cidade e assim conseguia manipular a situação. O marido acreditava piamente na falsa gravidez da mulher. Quanto ao dia do crime, a mulher também deu falsas informações ao marido”, informou o MPSC.

A recém-nascida foi internada no hospital na Capital em 28 de agosto, mesmo dia em que o corpo da mãe foi encontrado em uma cerâmica desativada no interior do município. A menina sofreu cortes de estilete e também nasceu antes do tempo, já que o parto estava previsto para setembro. Ela recebeu alta em 6 de setembro.

O nome dos envolvidos no crime não são divulgados pelo G1 SC pois há risco que se chegue assim à identidade da recém-nascida, que tem o direito à preservação da identidade garantido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Galpão de cerâmica onde o corpo foi encontrado em Canelinha — Foto: Mayara Vieira/ NSC TV

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