Hoje, dia 18 de outubro, é comemorado o Dia do Médico
Há sete meses, o país tem visto aumentar diariamente o número de vidas perdidas pela pandemia do coronavírus. Até o momento, já são mais de 150 mil pessoas que tiveram as histórias abreviadas em virtude do Covid-19 no Brasil. Durante todo este período, os médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem estão na linha de frente e seguem sem esmorecer. Hoje, dia 18 de outubro, é comemorado o Dia do Médico, profissional incansável que tem sido um dos grandes atores no enfrentamento da pandemia no mundo todo.
A VISIBILIDADE DOS PROFISSIONAIS E A ESTRUTURA DE SAÚDE
O presidente regional do Sindicato dos Médicos do Estado Santa Catarina (Simesc), médico Antônio Duarte, avalia que devido à pandemia, os profissionais da saúde estão sendo alvo de uma visibilidade que antes não existia. Além disso, reflete que a situação que vive o mundo trouxe “uma luz maior” sobre o sistema de saúde. “Os médicos estão na linha de frente, não esmoreceram. Muito foi feito no Brasil e na nossa região, criaram estruturas para prestar o atendimento, mas estamos desde março enfrentando essa situação e o que precisa agora é que os gestores se deem conta que isso vai durar, isso não está acabando, não vai parar. A estrutura até agora foi montada, foi adaptada, mas agora precisamos de estruturas definitivas porque as estruturas existentes não deram conta”, menciona.
A REALIDADE NA REGIÃO
Nos mais de 200 dias de pandemia no Brasil, a região Oeste e Extremo Oeste felizmente não registrou óbitos de profissionais por Covid-19, como ocorreu em outras regiões do Estado de Santa Catarina e do país. O presidente do Sindicato avalia que na região, a estrutura oferecida pelo Hospital Regional Terezinha Gaio Basso de São Miguel do Oeste (referência no atendimento aos pacientes contaminados pelo vírus) aos profissionais da linha de frente garantiu que a proteção individual de cada um fosse satisfatória. “Tivemos colegas que tiveram a doença, que sofreram as consequências da doença, mas felizmente não tivemos óbitos. Na nossa região não tivemos falta de equipamentos, o Hospital Regional esteve sempre muito bem equipado, com uma estrutura de retaguarda satisfatória, não faltou equipamentos, a qualidade dos EPI’s e quantidades foram adequadas. Não houve uma contaminação da equipe de atenção significativa, eventualmente alguém adoecia mas não se caracterizou como falta de prevenção”, declara.
ATUAÇÃO DO SINDICATO DURANTE A PANDEMIA
Desde o início de todo esse “novo normal”, o Simesc realizou ações específicas para amparar os profissionais durante a pandemia. Um seguro de vida, por exemplo, foi criado para os médicos sindicalizados do Estado que estavam na linha de frente. Durante os primeiros meses da pandemia, o seguro foi pago pelo sindicado por medida de segurança para suas famílias. “Além disso, o sindicato teve uma atuação importante na fiscalização do fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) aos médicos, teve orientação e preparo das estruturas de apoio aos médicos (assessorias contábeis, jurídicas, previdenciárias). O sindicato não parou durante a pandemia e ainda está vigilante e preocupado”, menciona.
PANDEMIA AINDA NÃO ACABOU
O médico alerta que é sabido que neste momento, o país vive uma curva descendente da doença, ou seja, uma desaceleração da pandemia. Mas, isso não quer dizer que ela está controlada. “Temos uma preocupação com o futuro, de como vai ser essa estrutura. A pandemia provocou essa mudança no comportamento das pessoas, mas não é porque a gente está cansado da pandemia que o vírus vai dar folga, não é porque a gente está cansado que as coisas podem voltar a ser como era antes. A pandemia só vai ser controlada quando a vacina estiver disponível, antes disso não vai ser controlada. Vai ter momentos que vamos ter diminuição de casos, como está ocorrendo agora no Brasil. Mas, também estamos vendo que em outros países a curva está começando a virar pra cima de novo”, alerta.
ATENÇÃO À SAÚDE MENTAL
A Covid-19, além de provocar complicações na saúde física das pessoas, também trouxe mudanças bruscas em suas rotinas, principalmente após o isolamento social, que, apesar de essencial para conter a contaminação, dificulta o contato com parentes e amigos, impedindo, também, a realização de eventos e encontros. O médico Antônio Duarte chama a atenção para esta que é outra das grandes consequências da pandemia: as doenças mentais e psicológicas. “Vemos muitas crianças doentes confinadas em casa, idosos confinados que sabem da importância de ficarem no resguardo mas que também não podem se reunir com os amigos. Aquilo que faz com quem os grupos de idosos tenham o sucesso que tem, que é a convivência, não está tendo. Vemos um grande aumento do número de suicídios, violência doméstica, obesidade, sedentarismo. Tudo isso está acontecendo e precisa de atenção. Não se pode esquecer das outras coisas, e os gestores precisam ter essa visão. Vamos tirar dessa pandemia diversas lições e uma delas é a capacidade da humanidade de adaptação”, finaliza
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