A psicóloga perinatal Silvia Nardi explica como o suporte psicológico pode ajudar mulheres desde a gravidez até o puerpério, prevenindo ansiedade e depressão pós-parto
TVGC
Última atualização: 2025/03/13 11:10:25O cuidado com a saúde mental das mulheres durante a gravidez e o pós-parto tem ganhado mais atenção nos últimos anos, mas ainda é um tema pouco abordado. A psicóloga perinatal Silvia Nardi, especialista na área, explica que o acompanhamento psicológico é essencial desde as tentativas para engravidar até o período do puerpério. “A psicologia perinatal estuda tudo o que gira em torno do nascimento, mas vai além, cuidando da saúde mental das mães que estão tentando engravidar, das que enfrentam perdas gestacionais e das que vivem o luto perinatal”, detalha Silvia.
Durante a entrevista, ela destacou que a gestação, muitas vezes romantizada, pode trazer sentimentos ambíguos. “Muitas mulheres sentem felicidade extrema e, ao mesmo tempo, dúvidas e inseguranças sobre o futuro”, comenta. Segundo a especialista, essa oscilação emocional é normal, mas pode evoluir para ansiedade severa se não for tratada. Um dos sinais de alerta, segundo Silvia, é a necessidade constante de realizar ultrassons para verificar se o bebê está bem. “Querer saber sobre a saúde do filho é natural, mas quando isso vira uma busca incessante, pode indicar um quadro de ansiedade”, alerta.
Outro ponto relevante abordado foi o pós-parto e os desafios emocionais que ele traz. Silvia explicou que o chamado Baby Blues ocorre em até 90% das mulheres nos primeiros 15 dias após o parto, causando mudanças de humor e episódios de choro sem motivo aparente. “O Baby Blues é comum e esperado, mas se esses sentimentos persistirem e interferirem na rotina da mãe, pode ser um indício de depressão pós-parto, que atinge cerca de 25% das mulheres”, afirmou. Ela reforça que a rede de apoio tem um papel crucial nesse momento. “A mãe precisa de acolhimento. Muitas vezes, o melhor que o parceiro pode fazer é apenas estar presente, sem julgamentos”.
Por fim, Silvia ressaltou que cada experiência materna é única e que o acompanhamento psicológico pode ajudar a mulher a atravessar esse período de forma mais leve e saudável. “O pré-natal psicológico existe justamente para preparar a mãe, o pai e a rede de apoio para essa nova fase da vida. É um investimento na saúde mental da família”, concluiu. Para quem busca suporte, Silvia atende presencialmente em São Miguel do Oeste e também oferece atendimentos online.
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