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A luta de classes

Última atualização: 2018/01/26 9:53:03

Nessa semana vimos um movimento acontecer na luta de classes brasileira. Não como queremos, não como estudamos ou falamos todos os dias. Uma boa parte do povo, e vale refletir de onde vem esse povo, esteve em Porto Alegre pela garantia de Lula nas Eleições. A mesma organização não aconteceu para garantir que Dilma não sofresse o impeachment, pouco foi feito antes e depois disso, comparada a mobilização de agora. Então, li alguns textos nesses últimos dias e me chamou atenção, de maneira simples, essas palavras da Elaine Tavares: 

“De certa forma o julgamento de Lula acirra bastante a luta de classe, coisa que nem a reforma trabalhista – já aprovada – ou a reforma da Previdência – em andamento – conseguiram fazer. Uma boa parte da população, pelo menos essa que quer o Lula disputando as eleições, tem a esperança de que, disputando, ele ganhe, e ganhando, possa desfazer todo o estrago causado pelo governo golpista de Temer. Caso o julgamento confirme a decisão do juiz Moro caberá ao ex-presidente Lula dar a direção dos protestos. Possivelmente o caminho será o institucional, tentando encontrar brechas na lei que garantam a candidatura. Não parece provável que Lula convoque a militância para ações de resistência mais incisivas, para além da disputa das eleições. De qualquer forma não se deve subestimar os movimentos e a militância organizada”.

Quem está no comando de toda essa mobilização agora? Que rumo Lula dará a isso? O mesmo que tomou quando assinou a Carta ao Povo Brasileiro assumindo alianças com setores privados que hoje afundam a classe trabalhadora em escravismo? Foi emocionante ver tanta gente na rua por esses dias, mas sentimos uma profunda dor por não compreenderem a totalidade do processo. 

Por outro lado, na corte federal em Porto Alegre acompanhamos um espetáculo histórico. O Desembargador Federal Leandro Paulsen inclusive proferiu a seguinte frase: “É inadmissível que o dinheiro público viaje na bagagem da impunidade”.  Uma fala que representa logo ele e os seus, que aumentam os salários brutais que recebem, que vivem da mordomia plena do Estado, que acusam por convicção. O que está em jogo não é o Lula, é a classe trabalhadora. Somos nós, são vocês que muitas vezes usam frases prontas que ouvem nas rádios, que veem pela TV, que leem nos jornais tão desinformados e sem uma produção comprometida com a realidade da classe trabalhadora, pois não é de seu interesse. 

Ouvi uma expressão essa semana interessante de compartilhar aqui: “Não se trata de eleger apenas um líder bacana, de se ter um patrão legal”. O patrão legal te dá à gorjeta e recebe muito mais com a produção da tua mais-valia. O líder bacana muda à realidade de muitas pessoas sim, mas trabalha na insuficiência diante da oportunidade que tem de construir um projeto e não um governo. Bem, vamos ver como o processo caminha daqui para frente. 

Até a vitória. 


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