A taça certa, enfim!

A discussão sobre a taça perfeita para o espumante está ainda mais divertida, porque cada lado tem suas próprias e pertinentes observações. E,  uma grande novidade no mundo dos vinhos  veio para trazer mais lenha para esta fogueira: as espumantes na  versão Ice, isto é, espumantes que foram criados para serem bebidos com gelo e portanto servidos em taças  de vinho grandes e bojudas. Recomendação de ninguém menos que  a centenária Casa  Moët & Chandon, um dos maiores produtores mundiais, que sinalizou nessa direção. Ao lançar, há dois anos, um champanhe 100% Chardonnay para ser bebido com gelo, e, recomendou servi-lo em taças de vinho branco tranquilo

Na verdade, começa a surgir um caminho do meio. Cada taça pode destacar ou matar alguma catacterística especial do espumante, e assim, quem  vai definir o melhor modelo é o produtor ou o consumidor, dependendo do resultado que se busca.

O experiente enólogo Adolfo Lona diz que a apreciação do espumante começa pela visão e por isso, defende a flute ou a tulipa. Segundo ele “O perlage é o que separa os espumantes dos vinhos tranquilos, por isso a flute é insuperável”.

Diego Arrebola, atual campeão brasileiro de sommellerie,  diz  que champanhe e espumantes devem ser tratados como qualquer vinho. “Da mesma forma que os vinhos tranquilos, os bons espumantes ganham maior expressão aromática com um pouco de oxigenação”. Ele defende o uso da taça com bojo mais largo e boca mais fechada, como a taça para Chardonnay. Esse modelo proporcionaria  bom equilíbrio entre expressão de aromas e perlage, sem prejudicar a temperatura de serviço.

No cenário moderno, quando a pompa do  serviço do vinho está sendo bastante simplificada,  a taça de espumante pode acabar em desuso. Isso se os jovens consumidores decidirem  que a taça de branco ou tinto tradicional pode muito bem  servir vinhos espumantes.

O papa das taças, Maximilian Riedel segue defendendo taças maiores. Segundo ele, espumantes produzidos a base de  Chardonnay, ficam perfeitos em taças para  Riesling. Ele diz que, após várias degustações às cegas, muitas delas com chefs de cave de Champagne, constatou-se  que esse formato revela toda a expressão aromática de champanhes de qualidade. Para um champanhe feito com base na Pinot Noir ou na Pinot Meunier (blanc de noirs) ele sugere o modelo de copo usado para a Pinot Noir, uma taça ainda maior e bastante bojuda.

Conclusão: se for presentear algum amigo com um conjunto novinho de taças de espumante, compre o que mais lhe agrada, porque sempre haverá um espumante certo para cada taça!