Experiência acontece em Campinas (SP) e promete revolucionar entregas
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorizou pela
primeira vez o uso de drones para serviços de entrega. A licença foi dada à
empresa Speedbird, que prestará serviços à startup de mobilidade e alimentação
iFood.
A autorização foi dada em caráter experimental para o
emprego de aeronaves não tripuladas. O certificado para os teste das operações
de entrega foi fornecido com validade até agosto de 2021. A licença permite o
controle dos drones em distâncias maiores, sem a necessidade de que o
responsável esteja na linha visual do aparelho.
A permissão foi concedida para o modelo DLV-1, que pesa 9
quilos e pode transportar cargas de até 2 quilos com velocidade máxima de 32
km/h.
De acordo com a iFood, o aparelho não fará entregas diretas,
mas facilitará o transporte de cargas entre locais com grande número de
restaurantes e fornecedores de alimentação para espaços de onde entregadores
levarão os produtos para as casas dos clientes.
Ele será utilizado no Shopping Iguatemi, em Campinas (SP),
para percorrer distâncias da praça de alimentação até um ponto específico onde
as refeições serão repassadas aos entregadores. Um segundo teste será o
deslocamento até um outro ponto próximo a condomínios na região do shopping.
Esta rota, de 2,5 quilômetros – que seria feita em 10 minutos normalmente –
poderá ser realizada em 4 minutos pelo drone.
“Campinas tem uma característica positiva para esta decisão.
Temos densidade de pedidos razoável e encontramos terreno que conseguimos
colocar de pé com segurança, sem sobrevoar a cabeça das pessoas ou oferecer
perigo para quem está no chão”, explicou à Agência Brasil o gerente de Inovação
em Logística da iFood, Fernando Martins.
Ainda não há previsão para o início da operação em caráter
experimental. Conforme o iFood, diante da pandemia a empresa ainda avalia o
melhor momento de começar a utilizar o drone no modo de testes.
Fernando Martins relatou à Agência Brasil que após o teste,
a empresa discutirá a expansão do recurso para outros locais. “Os próximos
passos vão depender dessa fase de teste. estamos otimistas para aplicar para
mais rotas e ir para mais cidades que a gente tem a possibilidade de mais de
mil cidades no iFood e já mapeamos 200 cidades em que poderíamos colocar
operação de drone”, afirmou.
Processo
O processo de solicitação e análise do pedido durou cerca de
um ano. A empresa apresentou a proposta à Anac em maio de 2019, incluindo o
modelo de drone e os objetivos da operação. Foram avaliadas exigências
previstas no regulamento.
Segundo a agência, a Speedbird teve de mostrar o cumprimento
dos requisitos de segurança. Foram realizados testes supervisionados, um em
janeiro e outro em julho deste ano. A equipe da Anac solicitou ajustes, que
foram promovidos pela empresa.
Na avaliação do superintendente de Aeronavegabilidade da
ANAC, Roberto Honorato, a medida foi importante para iniciar as atividades em
um setor promissor. “Dentre as atividades que a sociedade espera para os
drones, o delivery é uma das mais promissoras. Essa é uma etapa importante no
processo de desenvolvimento do negócio, principalmente por ser de uma empresa
brasileira”, diz.
deixe seu comentário