O ato de sentarmos para fazer uma refeição em comum, olhar nos olhos uns dos outros, compartilhar a comida e nos comportar com certo decoro, tudo isso serviu para que nos civilizássemos. Assim, ao redor da mesa nos tornamos corteses e sociáveis. Fomos aprendendo a dividir, a rir juntos, partilhar sentimentos, aprender com a experiência um do outro.
Na vida moderna, reunir a família ou os amigos, em torno de uma refeição é um dos hábitos mais apreciados. É dessa forma que demonstramos carinho e apreço a quem gostamos ou honrarias a quem divide nossa mesa pela primeira vez. Dessa forma de relacionamento veio o costume de oferecermos o que temos de melhor à quem divide nossa mesa. Assim, cada anfitrião guardava o mais nobre vinho, e a mais original das receitas para grandes ocasiões.
Aos poucos nascia uma nova arte: a arte de bem receber!
Como um setor dentro da arte da hospitalidade, a arte da culinária lançou suas bases ao lado da arte da bebida, dos espíritos, como se dizia, sinalizando as bebidas alcoolicas, os fermentados e destilados, que desenvolveram-se ao longo do tempo, de forma empírica e regionalizada, uma vez que o transporte e conservação dos alimentos era bastante precário .
Da evolução integrada de todas essas artes veio o que hoje se conhece por Enogastronomia.
A enogastronomia é a arte de harmonizar vinhos e alimentos numa mesma refeição, e com a sabedoria e a arte para que a combinação seja ainda mais prazerosa, do que ao consumirmos cada um deles em separado. Isso faz de uma refeição uma experiência única. Define e grava em nossa memória um lugar, amplia nossa cartela interna de aromas e sabores, enfim, traz novas, boas e quase infinitas possibilidades para agradar o paladar.
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