Para concluir a mais recente descoberta sobre a história do vinho, é preciso compreender que esta “evidência acrescenta uma nova ruga à nossa compreensão do Neolítico, período crucial para os seres humanos, quando aprenderam a cultivar, se estabelecer e domesticar animais e vegetais. O processo gradual, conhecido como a Revolução Neolítica, começou em torno de 10.000 a.C. na Anatólia, poucas centenas de quilômetros a oeste de Gadachrili” onde foram encontrados os mais antigos registro de vinho.
“…apenas alguns milhares de anos depois que as primeiras gramíneas selvagens foram domesticadas, os habitantes de Gadachrili não só aprenderam a arte da fermentação, mas aparentemente a aprimoraram, criando e colhendo vitis vinifera, a uva europeia. “Eles descobriram métodos hortícolas, como você transplanta, como produz”, diz McGovern. “Isso mostra o quão inventiva é a espécie humana”.
A Geórgia, aninhada nas montanhas do Cáucaso, não muito longe de onde a Revolução Neolítica começou, ainda é louca por vinho 8.000 anos depois. O país possui mais de 500 variedades locais de uva, sinal de que as pessoas estão criando e cultivando uvas há muito tempo. Mesmo no movimentado centro de Tbilisi, as vinhas estão grudadas a blocos de apartamentos da época soviética.
“A cultura do vinho da região tem raízes históricas profundas”, diz David Lordkipanidze, diretor do Museu Nacional Georgiano. “Grandes vasos semelhantes aos vasos neolíticos ainda são usados para produzir vinho na Geórgia hoje”.
O arqueólogo da Universidade de Stanford, Patrick Hunt, diz que os resultados mostram que as pessoas da Idade da Pedra viveram vidas complexas e ricas, com interesses e preocupações com as quais estamos familiarizados hoje. “A fermentação do vinho não é uma necessidade de sobrevivência. Isso mostra que os seres humanos da época se importavam com mais do que atividades utilitárias “, diz Hunt. “Há uma sofisticação muito maior do pensamento, mesmo no período Neolítico de transição”.
**Matéria extraída da National Geographic Brasil
deixe seu comentário