Governo do Estado autorizou que escolas em regiões com nível grave para Covid-19 reabram a partir desta segunda-feira (23)
As aulas presenciais para educação básica e profissional nas
escolas privadas e nas redes públicas municipais em regiões de nível grave
(laranja), alto (cor amarela) e moderado (cor azul) na Avaliação de Risco
Potencial para Covid-19 em Santa Catarina, estão liberadas, a partir de hoje,
pelo Governo do Estado. No último sábado (21), foram publicadas as portarias nº
900 e 901 que alteraram as regulamentações anteriores previstas nas portarias
nº 592 e nº 778.
A decisão não se aplica às escolas da rede pública estadual
já que uma decisão judicial determinou a suspensão do retorno das aulas presenciais
nas escolas da rede estadual localizadas nas áreas de risco potencial grave.
Nas regiões em situação gravíssima (vermelho) – Xanxerê,
Alto Uruguai Catarinense e Laguna – a portaria faculta aos estabelecimentos de
ensino desenvolver atividades de reforço pedagógico individualizado.
Para o retorno das atividades escolares presenciais devem
ser respeitados todos os regramentos sanitários, incluindo as diretrizes
previstas no PlanCon (Plano de Contingência Estadual para Educação), criadas
com objetivo de garantir a retomada segura das atividades escolares. A portaria manteve a obrigatoriedade do
escalonamento no retorno das atividades presenciais. Os responsáveis legais do
estudante podem optar pela continuidade no regime de atividades não presenciais.
A governadora interina Daniela Reinerh (sem partido) tem se
manifestado, ao longo do mês, favorável ao retorno às aulas. “O retorno das
atividades presenciais trará, a estudantes e suas famílias, a volta do convívio
social. Proporcionará, também, a retomada de várias atividades econômicas e
reduzirá a preocupação de muitas famílias. Por isso, as atividades escolares e
educacionais são serviços essenciais no processo de reavaliação que está sendo
realizado pelo governo. Além de atender aos estudantes que encontram
dificuldades no ensino remoto, o retorno seguro e gradual ainda neste ano é
necessário para preparar as atividades e a retomada integral em 2021″.
Para a liberação das atividades presenciais, as escolas
devem ter o PlanCon homologado pelo Comitê Municipal de Gerenciamento da
Pandemia de Covid-19. Em Florianópolis, segundo a Secretaria Municipal de
Educação, são 109 unidades estão homologadas destas 86 são da rede particular e
23 públicas (20 da rede estadual e três da rede municipal).
“Os regramentos que a autoridade sanitária do Estado emitiu
levaram em consideração os cadernos de diretrizes que foram construídos no
âmbito do comitê interinstitucional garantem o atendimento das condições
necessárias para a retomada segura das atividades presenciais”, disse o
secretário de Estado da Educação, Natalino Uggioni.
“O setor de Educação
é um dos mais impactados pela pandemia e por isso precisa ser protegido.
Infelizmente uma decisão da Justiça nos impediu de concretizarmos essa
retomada, apesar de todas as regras definidas. Insistimos, pois precisamos
garantir às crianças esse direito”, emendou o secretário de Estado da Saúde,
André Motta Ribeiro.
Escolas particulares comemoram retorno
Por meio de nota, o SINEPE-SC (Sindicato das Escolas
Particulares de SC) recordou que essa decisão do Governo decorre depois do
pedido liminar na Justiça promovida pela entidade, a qual deu origem aos
recursos judiciais e outras medidas da Secretaria de Estado da Saúde, com a
revogação das Portarias 853 e 854/2020, “resultando numa forte mobilização da
sociedade”.
Segundo o SINEPE, mesmo com a liberação, ainda não se sabe
quantas escolas particulares vão reabrir imediatamente, tendo em vista a
proximidade do final do ano. A maioria das unidades encerra o ano letivo no
próximo dia 27 para os alunos que não estiverem em recuperação.
“A reabertura das escolas é a boa notícia, tão desejada por
milhares de famílias e educadores, haja vista a comprovação de médicos e
cientistas de que escola não é foco de transmissão da Covid-19”, pontuou o
Sindicato.
O SINEPE defendeu que o retorno das atividades presenciais
possibilitará às escolas, a oportunidade de colocar em prática os seus respectivos
Planos de Contingência, para iniciarem ano letivo em 2021, com os procedimentos
devidamente colocados em prática, proporcionando um retorno seguro e gradual na
retomada integral no novo ano letivo.
A entidade negou que a mobilização feita pelas escolas
particulares para retorno das aulas presenciais tenha ocorrida por caráter
financeiro. “Apesar do alto índice de inadimplência devido a excepcionalidade
do momento mundial, as escolas estão equilibradas em sua maioria e determinadas
a prosseguir no atendimento da comunidade, prestando serviços de qualidade. As
instituições que enfrentam maiores dificuldades financeiras são aquelas que
atuam com exclusividade na área da educação infantil”, finalizou.
Aulas na rede estadual
Enquanto as aulas presenciais para educação básica e
profissional nas escolas privadas e nas redes públicas municipais, o Governo do
Estado agora atua judicialmente para reverter a decisão do desembargador Paulo
Ricardo Bruschi, que determinou, em 10 de novembro, a suspensão do retorno das
aulas presenciais nas escolas da rede estadual de ensino localizadas nas áreas
de risco potencial grave. Ele acolheu o mandado de segurança coletivo proposto
pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação na Rede Pública de Ensino do
Estado de Santa Catarina (Sinte).
Para o procurador-geral do Estado, Luiz Dagoberto Brião, nas
classes sociais mais vulneráveis as escolas cumprem importante papel de
acolhimento e suporte às crianças e aos adolescentes, além de liberar os demais
membros da família para que possam cumprir com seus compromissos profissionais.
“Nossa preocupação é fazer tudo dentro do mais absoluto rigor das normas
sanitárias”, afirma.
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