De janeiro a abril foram 4.999.981 admissões e 5.763.213 demissões
As demissões superaram as contratações com carteira assinada
em 860.503 postos de trabalho, em abril. Foram 1.459.099 desligamentos e
598.596 contratações. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged) foram divulgados hoje (27). O saldo de abril foi o pior da série
histórica iniciada em 1992.
Segundo o Ministério da Economia, os dados mostram que a
queda no número de contratações contribuiu de forma expressiva para o saldo
negativo de empregos formais.
Enquanto as demissões tiveram um incremento de 17,2%, as
admissões caíram 56,5% na comparação com abril de 2019. Em valores nominais,
São Paulo teve o pior desempenho, com saldo negativo (mais demissões do que
contratações) de 260.902. O estado é seguido por Minas Gerais com 88.298
demissões (descontadas as contratações); Rio de Janeiro, 83.626, e Rio Grande
do Sul, 74.686.
O secretário Especial de Previdência e Trabalho do
Ministério da Economia, Bruno Bianco, disse que o resultado reflete os efeitos
da pandemia da covid-19 na economia brasileira. “É um número duro, que reflete
a realidade de pandemia que vivemos, mas que traz algo positivo. Demostra que o
Brasil está conseguindo preservar emprego e renda. No entanto, pelos mesmos
motivos de pandemia, não estamos conseguindo manter a contratação que
mantínhamos outrora”, disse, acrecentando que na comparação com outros países,
o Brasil está em situação melhor. “Os Estados Unidos estão com mais de 35 milhões
de pedidos de seguro desemprego e o Brasil está chegando ao número de 860.500
desempregados. Isso demostra a efetividade das medidas conduzidas pelo
governo”.
Em março, mês de início das medidas de isolamento social
devido à pandemia da covid-19, o saldo de emprego formal ficou negativo de
207.401. Foram 1.316.655 admissões e 1.524.056 desligamentos.
De janeiro a abril de 2020 foram 4.999.981 admissões e
5.763.213 demissões no país, com resultado negativo de 763.232. As admissões
caíram 9,6% e as demissões subiram 10,5% no período, comparado ao primeiro
quadrimestre de 2019.
O salário médio real de admissão no Brasil passou de R$
1.496,92 em abril de 2019 para R$ 1.814,62 no mês passado.
Manutenção de empregos
Desde 1º de abril, data da edição pelo governo federal da
Medida Provisória 936/2020, que criou o Programa Emergencial de Preservação do
Emprego e da Renda, foram preservados mais de 8,1 milhões de empregos no país,
informou o Ministério da Economia. O programa prevê que os trabalhadores que
tiverem jornada reduzida ou contrato suspenso e ainda auxílio emergencial para
trabalhadores intermitentes com contrato de trabalho formalizado receberão o
Benefício Emergencial de Preservação da Renda e do Emprego (BEm).
Mudanças
É a primeira divulgação do Caged após o preenchimento de
informações da base de dados passar para o Sistema de Escrituração Fiscal
Digital das Obrigações Fiscais Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial). Com a
mudança, o cumprimento de 13 obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas
fica centralizado em um só sistema.
Uma inovação do Caged é o agrupamento de setores da
economia. Até dezembro passado, eram oito: comércio, serviços industriais de
utilidade Pública (SIUP), extrativa mineral, administração pública, agropecuária,
construção civil, indústria de transformação e serviços.
Com a reformulação do Caged, os dados estarão na mesma
divisão feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São
eles: comércio, serviços, indústria geral, construção civil e agricultura. No
intervalo de janeiro a abril de 2020, a agricultura teve saldo positivo de
10.032 empregos, resultado de 275.464 contratações e 265.432 demissões. O
resultado da construção civil ficou negativo em 21.837. Comércio teve saldo
negativo de 342.748, serviços resultado negativo de 280.716 e indústria também
negativo, em 127.886.
Trabalho intermitente
A modalidade de trabalho intermitente teve, no período de
janeiro a abril, 49.228 admissões e 35.105 demissões em 2020, o que resultou em
saldo positivo 14.123. Já o regime de trabalho parcial registrou 71.044
contratações e 63.334 desligamentos, com resultado de positivo de 7.710 postos
de trabalho com carteira assinada.
Somente no mês de abril, o trabalho intermitente chegou ao
saldo negativo de 2.375, com 7.291 admissões e 9.666 demissões. No mesmo período,
houve 4.881 contratações e 14.029 desligamentos na modalidade de trabalho
parcial, com saldo negativo de 9.148.
Calendário
Após a primeira divulgação do Novo Caged, o ministério
definiu um calendário para os próximos dados do emprego formal no país: as
informações de maio serão divulgadas no dia 29 de junho; em julho serão
divulgados os dados de junho e assim por diante.
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