Claudemir Nós, que é também vereador, foi liberado pelos criminosos após uma noite de angústia
Rádio Integração
Última atualização: 2025/03/03 7:31:27Mais conhecido como Claudio Nós, o vereador reeleito em Princesa, iniciou o novo mandato licenciado por trinta dias para se dedicar, como faz há mais de vinte anos, à sua atividade profissional.
Ele é caminhoneiro, e na época de safra, tradicionalmente passa um período no Centro-Oeste do país fazendo fretes. Na última semana, quando ele e o colega de profissão também de Princesa, Paulo Loch, faziam o percurso de volta para Santa Catarina é que tudo aconteceu.
Com caminhão próprio, Claudio Nós percorria uma rodovia do Mato Grosso rumo a Rondonópolis, cidade para a qual havia agendamento de descarga do soja para as 4h da manhã, quando o colega informou uma pane elétrica no caminhão.
Paralelo a isso, passaram por um acidente de trânsito e, sem conseguir novo contato com o outro caminhoneiro de Princesa, nem mesmo por telefone celular, depois de passar pela cidade de Jaciara decidiu parar em frente a um restaurante, onde havia sinal de telefonia.
Depois de confirmar que o outro caminhoneiro não poderia seguir por causa de uma pane geral, mas que já estava sendo assistido pela concessionária que opera o pedágio da rodovia, por volta de meia-noite, antes que pudesse seguir viagem ouviu um estouro e já percebeu a porta do caminhão abrindo.
Claudio Nós foi agredido com tapa no rosto e duas coronhadas na cabeça, colocado na parte de trás da cabine por um dos assaltantes, depois outro assumiu a direção do caminhão.
Depois de percorrerem cerca de 10 km, o fizeram descer com a térmica de água e um cobertor. Um dos criminosos o manteve refém em uma área de mata, sob a mira de um revólver até as 5h da madrugada.
Ao liberar o caminhoneiro, o assaltante teria informado que o objetivo era roubar a carga de soja e que o caminhão seria abandonado em ponto de Jaciara.
Sem receber ajuda de quem passava pela rodovia, andou por cerca de 4 km, conseguiu chegar a um estacionamento e acionar a Polícia Civil, que o encaminhou à Polícia Rodoviária de Rondonópolis.
Após vinte minutos do registro do Boletim de Ocorrência o caminhão foi localizado, porém sem a carga.
Contudo, a polícia já teria descoberto o esquema de roubo e o local para onde essa e outras cargas de soja roubadas estariam sendo levadas.
Claudio Nós contou que no caminhão não houve danos, o celular foi deixado dentro veículo, mas o dinheiro que estava na carteira foi roubado. Os assaltantes ainda tentaram acessar as contas bancárias, mas os aplicativos bloquearam.
“Eu, com 56 anos, nunca tinha passado por uma situação dessas e não desejo para ninguém, estar ali sentado com a cabeça entre as pernas sendo ameaçado por um cara fumando droga com uma arma engatilhada na mão”, relatou o caminhoneiro de Princesa. “É uma situação muito, muito difícil”.
Emocionalmente abalado, ele disse que em tantos anos de profissão sempre foi cuidadoso, evitava dirigir à noite ou parar em locais que não conhecia, mas desta vez, estendeu a jornada para cumprir o agendamento de descarga e depois conseguir fazer o carregamento rumo a Chapecó e então voltar para casa.
Após a terrível experiência, Claudio Nós contou que espera chegar em casa ainda esta semana, com a lição de que a vida vale mais do que qualquer prazo ou dinheiro no bolso. “Graças a Deus saí vivo de lá”, finalizou o caminhoneiro
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