Crise interna no PL reflete no humor do eleitorado e muda liderança na corrida catarinense
Upiara
Última atualização: 2025/11/13 11:55:47A terceira rodada de pesquisas do Instituto Neokemp em parceria com a Gazeta do Povo revelou uma virada significativa no cenário político catarinense: pela primeira vez, a deputada federal Caroline de Toni (PL) superou Carlos Bolsonaro (PL) na preferência do eleitorado para o Senado. A mudança ocorre em meio à crise no partido envolvendo a possível candidatura do filho do ex-presidente.
O levantamento, realizado entre 10 e 11 de novembro com 1.008 entrevistados em 90 cidades, mostra Caroline à frente em todos os cenários testados. No primeiro cenário, com quatro candidatos — Caroline, Carlos, Décio Lima (PT) e Esperidião Amin (PP) — a deputada lidera o primeiro voto com 25,4%, seguida por Carlos (21,6%), Décio (17,8%) e Amin (14,1%). Já no segundo voto, Amin assume a dianteira com 22,6%, enquanto Caroline aparece logo atrás, com 21,2%. A soma dos votos consolida a liderança da deputada, com 46,6%, frente aos 39,3% de Carlos Bolsonaro.
Na segunda simulação, que inclui o deputado Gilson Marques (Novo), Caroline amplia ainda mais a vantagem. Ela atinge 30,4% no primeiro voto e 23,1% no segundo, somando 53,5% — um crescimento expressivo em relação à pesquisa anterior. O desempenho reforça sua posição de liderança e indica perda de fôlego de Carlos Bolsonaro, que aparece com 38,8% na soma total.
Analistas apontam que a entrada de Gilson Marques pode ter favorecido Caroline ao dispersar o voto da direita entre ele e Esperidião Amin, enquanto o eleitorado do Novo tende a migrar naturalmente para a deputada no segundo voto. Décio Lima, único nome da esquerda no levantamento, mantém desempenho estável, mas isolado no campo progressista.
No quesito rejeição, Carlos Bolsonaro e Décio Lima dividem o topo, ambos com 37%. Esperidião Amin registra 5,4%, Caroline de Toni 4,2% e Gilson Marques 2,6%. O resultado reforça o desafio de Carlos Bolsonaro em reverter a imagem negativa junto ao eleitorado catarinense.
Com margem de erro de 3,1 pontos percentuais e 95% de confiança, a pesquisa evidencia um novo equilíbrio político em Santa Catarina. A ascensão de Caroline de Toni e o desgaste do clã Bolsonaro no estado sugerem que a disputa pelo Senado, em 2026, poderá ter um desenho mais fragmentado e competitivo do que o previsto há poucos meses.
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