A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) voltou a elevar sua estimativa para a produção de grãos 2019/2020 e espera um recorde de 248,006 milhões de toneladas. O número está no 4º Levantamento de Safra referente à temporada atual, divulgado dias atrás em Brasília (DF).
Se confirmada, será um crescimento de 2,5% em relação ao ciclo 2018/2019 (241,949 milhões de toneladas). O número anterior, divulgado em dezembro de 2019, era de 246,6 milhões de toneladas.
“As condições climáticas, que apresentaram certa instabilidade no início do plantio de verão na maioria das regiões produtoras, tomaram agora um novo ritmo de normalização. A perspectiva é que os níveis de produtividade apresentem bom desempenho”, diz a Conab, em nota. A área plantada deve chegar a 64,176 milhões de hectares com grãos no país.
Os técnicos revisaram para cima o número para safra de soja, que passou de 121,091 milhões para 122,225 milhões, 6,3% a mais que no ciclo passado. Um número que, aliado à redução da safra dos Estados Unidos, em função de condições climáticas desfavoráveis, coloca o Brasil na liderança mundial na produção do grão.
A semeadura iniciou de maneira desuniforme em diversos estados produtores devido ao atraso das chuvas, mas, por ora, se encontra dentro da normalidade quando comparada às outras safras, informa a Companhia, na versão resumida do relatório.
A ESTIMATIVA PARA O MILHO É DE ALTA NA PRODUÇÃO
A estimativa para o milho passou de 98,409 milhões para 98,710 milhões de toneladas, somando os três ciclos anuais, como a Conab passou a contabilizar a partir desta safra. Ainda assim, é uma redução de 1,3% em comparação com a temporada 2018/2019, que teve a colheita estimada em 100,042 milhões de toneladas pela Companhia.
Na safra 2019/2020, o ciclo de verão deve render 26,617 milhões de toneladas. A segunda safra deve ser de 70,936 milhões e a terceira, de 1,156 milhão de toneladas. De acordo com os técnicos, o crescimento no primeiro ciclo está condicionado à melhoria dos preços. Mas ainda há uma incerteza em relação à área no segundo ciclo.
O atraso no plantio da soja em todo o país, principal liberador de área para o plantio da segunda safra do cereal, criou uma expectativa de risco por conta do ciclo da soja, que poderá ter sua evolução avançando sobre fevereiro e encurtar a janela de plantio favorável ao milho de segunda safra.
A Conab também elevou sua estimativa para o algodão, cuja produção deve ser 1,1% superior que a da safra 2018/2019, por conta, principalmente do plantio maior em Mato Grosso e Bahia, os dois maiores produtores nacionais. Na avaliação dos técnicos, a produção de algodão em caroço deve totalizar 4,130 milhões de toneladas (4,087 milhões na safra passada) e a de pluma, 2,755 milhões (2,725 milhões na safra passada).
OUTRAS CULTURAS DE MENOR EXPRESSÃO
Outra cultura que passou por revisão para cima foi o arroz. Na avaliação da Companhia, a colheita deve ser de 10,563 milhões de toneladas, 1% a mais que na temporada passada (10,454 milhões de toneladas), considerando as lavouras irrigadas e de sequeiro. A estimativa anterior, divulgada em dezembro, era de 10,516 milhões de toneladas.
Apesar da redução da área nos últimos anos, a maior proporção de áreas irrigadas, que possuem uma maior produtividade, e o investimento do rizicultor em tecnologias, que proporcionam um maior rendimento da área, vêm permitindo a manutenção da produção ajustada ao consumo nacional.
Já para a produção de feijão, a Conab manteve a estimativa em 3,022 milhões de toneladas, somando os três ciclos anuais das variedades cores, caupi e preto, estabilidade em relação também à temporada passada. A primeira safra deve ser de 1,039 milhão de toneladas, a segunda deve chegar a 1,250 milhão e a terceira a 733,8 mil toneladas.
Entre as culturas de inverno, a Companhia Nacional de Abastecimento reduziu a estimativa, de 6,690 milhões de toneladas em dezembro para 6,566 milhões no relatório referente a janeiro. Na principal delas culturas, a do trigo, os técnicos avaliam que a colheita deste ano possa chegar a 5,154 milhões de toneladas.
BRASILEIRO ESTÁ DISPOSTO A CONSUMIR MAIS ORGÂNICOS
Uma pesquisa apontou maior interesse dos brasileiros por alimentos orgânicos. Segundo o levantamento, 36% disseram estar inclusive a pagar mais caro por alimentos orgânicos (14% muito mais caro e 22% só um pouco mais caro). Outros 30% afirmam que escolheriam o alimento orgânico caso o preço fosse o mesmo.
Os dados do Perfil do Consumidor Consciente, feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), também apontam que, entre os brasileiros dispostos a pagar muito ou um pouco mais caro por alimentos orgânicos, 57% pagariam mais caro por produtos ambientalmente corretos.
A renda familiar é um ponto decisivo na compra de orgânicos. Entre os que ganham mais de cinco salários mínimos, 52% escolheriam o alimento orgânico mesmo que tivessem que pagar mais caro (16% muito mais caro e 36% só um pouco mais caro). Esse percentual cai quanto menor a renda familiar e chega a 26% entre os brasileiros com renda de até um salário mínimo (12% muito mais caro e 14% um pouco mais caro).
RESPEITO AO MEIO AMBIENTE
Cerca de quatro em cada dez consumidores estão preocupados se os produtos são ambientalmente corretos. Mas, entre os brasileiros com até a 4ª série do Ensino Fundamental, 57% nunca verificam, percentual que cai quanto maior o grau de instrução e chega a 29% entre os com educação superior.
O levantamento também constatou que 31% dos brasileiros está disposto a pagar mais por produtos fabricados de maneira ambientalmente correta, ou seja, com baixa emissão de poluentes e resíduos.
Além disso, 32% dos respondentes afirmam que optariam pelo produto ambientalmente correto caso o preço fosse igual. Independentemente da faixa de renda, 10% dos brasileiros optariam pelo produto ambientalmente correto mesmo que fosse muito mais caro. Portanto, verificação se produto é ambientalmente correto.
PROGRAMA DE OLHO NO CAMPO NA TV GC
Além de estarmos todas as sexta feiras aqui na coluna do Jornal Gazeta, agora temos o programa “De olho no Campo” na TVGC, pela internet. O programa ocorre todos os domingos as sete horas e traz notícias, dicas, informações e tecnologias do meio rural da região e do Brasil.
Desde o dia 16/01/2020 estamos fazendo entrevistas com personalidades do meio rural como agricultores, técnicos, agentes públicos, representantes de entidades, enfim personalidades que atuam no agronegócio e agricultura familiar.
Não percam é só adicionar a minha página no Facebook e Instagram, bem como a página da TVGC nos seguintes endereços: www.tvgc.com.br ou joseclovismoreira (Facebook e Instagram). Curtam, compartilhem com seus amigos e mandem sugestões.
deixe seu comentário