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CORPORATIVISMO

O corporativismo é um sistema político que atingiu seu completo desenvolvimento na Itália Fascista. De acordo com seus postulados o poder legislativo é atribuído a corporações representativas dos interesses econômicos, industriais ou profissionais, nomeadas por intermédio de associações de classe.

Última atualização: 2017/03/20 4:49:47

O corporativismo é um sistema político que atingiu seu completo desenvolvimento na Itália Fascista. De acordo com seus postulados o poder legislativo é atribuído a corporações representativas dos interesses econômicos, industriais ou profissionais, nomeadas por intermédio de associações de classe. O discurso corporativista, que propugnava a eliminação da luta de classes em prol de um modelo de colaboração entre elas, poderia a princípio ser confundido com a doutrina social e econômica do Marxismo. Porém, a diferença fundamental entre o comunismo e o corporativismo é que o primeiro acredita ser impraticável a colaboração entre classes em uma sociedade onde permanecem as distinções entre dominantes e dominados. Já no caso do fascismo corporativista, apesar de ser mantida a existência do mercado, a propriedade privada não absoluta, pois todos os meios de produção se agregam ao Estado, constituindo uma ditadura. O argumento fascista era o de que as diferentes vontades políticas das classes estariam representadas nas associações.Resumindo, o Corporativismo é uma doutrina que considera os agrupamentos profissionais como uma estrutura fundamental da organização política, econômica e social e preconiza a concentração das classes produtoras em forma de corporações tuteladas pelo Estado, que atua na defesa exclusiva dos próprios interesses profissionais por parte de uma categoria funcional com espírito de corpo ou de grupo.O sentido usual de corporativismo é a defesa dos próprios interesses em detrimento dos interesses da coletividade. O termo é empregado quando uma categoria organizada mobiliza-se para garantir algum privilégio. Fala-se então em exercício de “espírito de corpo” geralmente em tom pejorativo. Segundo a doutrina corporativista, uma sociedade deve ser constituída por agrupamentos profissionais organizados (corporações) tutelados por um Estado autoritário.
CORPORATIVISMO NA POLÍTICAÉ inegável que o corporativismo está presente nas diversas instituições políticas existentes no Brasil, a começar pelo Congresso Nacional, passando para as Assembléias Legislativas e refletindo nas Câmaras de Vereadores. Há uma disputa permanente e declarada para mostrar quem obtém mais vantagens para si e para os seus, com reflexos nos já famosos efeitos cascata. O texto desta coluna fala em “espírito de corpo”, quando se deveria usar “espírito de porco”, pois foram introduzidas nas práticas políticas idéias e termos que não condizem com a realidade. Fala-se em “legítimos representantes do povo”, quando não são legítimos, mas legitimados por um povo alienado. Muito menos o são do povo, mas de seus próprios interesses. O ponto culminante é quando se auto-intitulam “classe política”. Com isso revelam a idéia de corporação, pois julgam pertencer a uma classe quando pertencem a uma quadrilha.O texto referido dá conta que o sentido usual de corporativismo é a defesa dos próprios interesses em detrimento da coletividade. Por detrimento entenda-se “em prejuízo dos interesses da coletividade”. Para contrapor este jogo, resta a alternativa de transformar a “coletividade” em uma grande corporação, aproveitando a tese que o próprio Estado, quando fascista, fomenta a formação de corporações.No estágio em que se encontra o Brasil, pode-se afirmar com convicção que o regime estatal vigente é fascista e/ou ditatorial.
CORPORATIVISMO NA GESTÃO PÚBLICATambém não é despiciendo admitir que os governos, em qualquer instância ou esfera, nada mandam, nada governam e nada decidem. Quem o faz são as corporações.Num país com modelo capitalista excludente como é o Brasil, que privilegia uma minoria corporativa organizada em detrimento de uma maioria pobre, ignorante e burra, o resultado não poderia ser outro a não ser o que se desenha (só para lembrar aqueles que exibiram cartazes dizendo: Entendeu, ou quer que eu desenhe!).As discussões pró-forma encenadas nas corporações legislativas tais como a reforma da previdência, da legislação trabalhista e as terceirizações, são na verdade um jogo de cena para dar a impressão à maioria pobre, ignorante e burra que a corporação política age em sua defesa. Ledo engano! As pretensões do Estado fascista e ditatorial vão passar, e serão implementadas, com algumas pequenas modificações concedidas em forma de migalhas. Este colunista de banheiro, como diria um político local hoje hibernando no ostracismo, não vai abster-se de bradar “BEM FEITO” para uma legião de pobres, ignorantes e burros, que travestidos de coxinhas ganharam as ruas ostentando verde e amarelo para pedir “fora Dilma, fora PT”, pois graças à ação das corporações das quais foram inocentes (in)úteis também vão pagar pelas reformas que a corporação Congresso Nacional haverá de aprovar, principalmente a da previdência.A esses, ouso dizer que ainda é tempo de se arrepender e engajar-se na formação de uma grande corporação popular para contrapor-se à corporação capitalista que tomou conta de um governo fascista e ditatorial.Para não ficar distante da realidade local, é preciso observar que o esquema corporativo está presente bem abaixo dos nossos olhos. A pressão capitalista corporativa é responsável pela alteração do Plano Diretor, que permite aumentar a taxa de ocupação do solo urbano, favorecendo as construtoras em detrimento de 40 mil moradores do município que serão prejudicados pelas agressões ao meio ambiente, inadequada infraestrutura urbana e crescimento vertical da cidade numa região com densidade demográfica risível. A reforma do código de posturas e tributário, não teve outro objetivo senão arrecadar mais dinheiro para atender aos interesses das corporações, em prejuízo da coletividade. Para tanto contaram com a prestimosa colaboração do poder judiciário, outra corporação, sempre disposto a acabar com pobres e minorias.Para afinar a sintonia, é necessário abordar as pequenas corporações de servidores implantadas no interior das administrações públicas. E isso fica patente em nosso município, onde estão muito presentes em setores vitais da administração, sempre em prejuízo de uns e privilégios para outros. Mas, felizmente, algumas dessas pequenas corporações estão sendo desfeitas. É esperar para ver. 

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