Em São Miguel do Oeste, nas últimas semanas, foi divulgado um caso de ataque virtual ao sistema da prefeitura do município
O Brasil é o terceiro maior alvo de ataques a objetos conectados. De acordo com o levantamento anual da empresa de segurança Symantec, o país representou 9,8% das ameaças identificadas na rede. A China lidera o ranking com 24% dos ataques, enquanto que os Estados Unidos aparecem na sequência com 10,1%. Roteadores de internet e câmeras de segurança estão entre os principais alvos dos hackers. Considerando todos os tipos de ataque, o Brasil ocupa a quarta posição da lista — na edição anterior o país estava em sétimo lugar.
Em São Miguel do Oeste, nas últimas semanas, foi divulgado um caso de ataque virtual ao sistema da prefeitura do município, onde foi paralisado os serviços do dia e os cidadãos não conseguiam acessar informações básicas, como a questão do IPTU, que tinha prazo para aquela semana.
O responsável pelo sistema de informática da prefeitura, Jacson da Cruz, explica que a origem do ataque não foi identificada. “Não sabemos onde foi o início da ação, apenas temos conhecimento que foi um ransomware que se espalhou pela rede. Temos mais de 400 computadores conectados, tudo o que está ligado a municipalidade é conectado e temos acesso, é uma rede muito grande, não dá para identificar em qual computador o ransomware agiu primeiro, que é um tipo de código malicioso que torna inacessíveis os dados armazenados em um equipamento, geralmente usando criptografia, e que exige pagamento de resgate para restabelecer o acesso ao usuário. Chegamos para trabalhar, ao fazermos as verificações de rotina do sistema notamos que havia uma mensagem solicitando bitcoins, uma moeda virtual, para devolver os dados”, ressalta.
O secretário de Administração e Finanças, Alencar Barbieri, destaca que não houve danos financeiros. “O ataque não gerou danos financeiros, mas os colaboradores tiveram muito trabalho para recuperar o dia perdido. Todos os dias é feito backup dos dados que foram trabalhados, então nessa situação perdemos apenas os dados de um dia”, frisa.
De acordo com Barbieri, a questão já foi resolvida. “A equipe trabalhou intensamente para resolver o problema e deixar tudo em dia. Quanto a solicitação da moeda virtual, como sempre temos o backup, não é viável fazer esse pagamento, que em espécie gera um valor altíssimo. Hoje já estamos trabalhando normalmente, com todos os dados atualizados e com a equipe de informática ainda mais preparada para imprevistos”, argumenta.
O professor da área de Tecnologia da Informação e Comunicação no SENAI de São Miguel do Oeste, Jeanmichel Brustolin, alerta que esses ataques são comuns. “É comum acontecer esse tipo de situação, tanto em redes corporativas quanto em redes pessoais. Geralmente esse ransomware chega por meio de links camuflados e quando o usuário clica, se espalha. É quase impossível detectar a origem dos ataques, não é um único hacker, são máquinas que trabalham com esse efeito de divulgação em massa dos falsos links e geralmente solicitam moedas virtuais para o usuário ter acesso novamente aos arquivos”, salienta.
Conforme Brustolin, a melhor solução para redes corporativas, além de uma equipe especializada, é o backup. “A empresa, ou até mesmo a pessoa, em redes domésticas, precisa ter uma equipe de confiança e uma política de segurança de dados definida, é importante também fazer backup, em memórias externas ou na nuvem, que é quando os arquivos são salvos na internet. Assim, se ocorrer um imprevisto, o usuário consegue baixar novamente os dados. Além de ser crítico quanto às informações e links que chegam pelas redes sociais e sites”, explica.
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